Autofagia regulada por canabinóides como alvo de estudos envolvendo a citoproteção e maturação de mioblastos obtidos a partir de células-tronco pluripotente induzidas

Resumo

Dados na literatura demonstram que a autofagia está envolvida no processo de proteólise muscular. Trabalhos recentes realizados pelo nosso grupo em colaboração com a Universidade de Minnesota (em fase de estudos) têm demonstrado realmente um papel central da autofagia no processo de maturação de células musculares obtidas a partir de células tronco-pluripotentes induzidas. Este dado é de particular importância, uma vez que o processo de perda de massa muscular está envolvido em diversas doenças, inclusive no Câncer em estágio avançado. Assim, o estabelecimento de modelos in vitro que possam identificar fármacos que controlem o processo de proteólise muscular é de grande interesse científico, pois há escassez de dados da literatura nesta área. Assim, nosso objetivo neste projeto é dar continuidade ao projeto iniciado em 2019 na Universidade de Minnesota, MN, USA, o qual envolve a reprogramação celular de fibroblastos pelo método de Sendai, objetivando a obtenção de progenitores miogênicos a partir de células troco-pluripotentes induzidas para a identificação in vitro de compostos citoprotetores como os canabinóides (canabidiol, canabidivarina e 9-tetrahydrocannabivarina), pois há dados na literatura evidenciando um possível efeito citoprotetor destes em vários modelos celulares por meio do restabelecimento da autofagia, mas escassos estudos são verificados com estes compostos em modelos que representem a musculatura esquelética. Para isto, progenitores miogênicos submetidos ao estresse celular com agentes indutores de proteólise muscular como a carditoxina, palmitato e meio condicionado de células de nefroma renal serão utilizados na avaliação dos possíveis efeitos citoprotetores de canabinóides via modulação da autofagia. Ensaios de proteólise, morte celular, proteínas sinalizadoras, mobilização intracelular de cálcio, e expressão de genes envolvidos na maturação de fibras musculares serão realizados. Em paralelo, este projeto pretende avaliar as ações in vivo dos compostos selecionados nos estudos in vitro, os quais serão realizados por meio do BPE na Universidade de Minnesota (U of M), MN, USA pela administração dos compostos selecionados em animais mdx deficientes em distrofina, os quais representam um modelo de Distrofia Muscular de Duchene (DMD) (a descrição das atividades na U of M encontra-se na página 21), assim como a carta de colaboração da Dr. Perlingeiro (responsável pelos ensaios da U of M). Nestes animais, após tratamento com os canabinóides, avaliaremos o tamanho e número da miofibras, contração muscular e deposição de colágeno. Assim teremos dados in vitro, sobre o mecanismo de ação e sua possível ação in vivo, o que torna os dados robustos e de grande interesse científico numa área carente quanto a fármacos licenciados para controle de patologias/injúrias que envolvem a musculatura esquelética. (AU)