Relação entre as concentrações de mercúrio e selênio em fígados de tetrápodes marinhos: uma avaliação comparativa entre aves, quelônios e odontocetos

Resumo

A problemática associada a contaminação e disponibilidade de mercúrio vem se mostrando ainda mais significativa para a qualidade dos ecossistemas marinhos e a saúde dos organismos aquáticos. Essa relação de causa e efeito pode ser aferida principalmente nos organismos de topo de cadeia, advindos da bioacumulação pela teia alimentar, que por sua vez tende a estar conectado com a biomagnificação dos efeitos tóxicos. Contudo, pesquisadores observaram a ausência dos sinais clínicos comuns em animais expostos ao Hg, juntamente com a presença de seleneto de mercúrio, grânulos inertes e insolúveis de mercúrio. Deste modo, levanta-se a hipótese que o selênio deve ser um potencial redutor para as formas de mercúrio, capaz de elevar a tolerância a elementos traços e restringindo os sintomas clínicos de mercúrio (geralmente, em proporções molares próximas de 1:1). Assim, o presente projeto visa avaliar e mensurar as concentrações totais de Hg e comparar as suas proporções molares em amostras histopatológicas de aves, quelônios e odontocetos. As amostras serão analisadas utilizado a técnica de espectrometria massas com fonte de plasma acoplado indutivamente (ICP-MS), ou alternativamente, por espectrômetro de fluorescência atômica associada a vapor frio. Os dados a serem obtidos serão tratados estatisticamente, considerando fatores interespecíficos e intraespecíficos, a fim de fornecer dados capazes de ampliar a compreensão sobre a sinergia Hg-Se entre os grupos de tetrápodes marinhos na bacia de Santos.(AU)