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César, Augusto e o culto della romanità durante o ventennio fascista: historicidade, memória e escrita da história

Processo: 21/11694-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Vigência (Início): 16 de novembro de 2022
Vigência (Término): 15 de maio de 2023
Área do conhecimento:Ciências Humanas - História - História Antiga e Medieval
Pesquisador responsável:Glaydson José da Silva
Beneficiário:Glaydson José da Silva
Pesquisador Anfitrião: Andrea Zorzi
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Local de pesquisa: Università degli Studi di Firenze, Itália  
Assunto(s):História antiga   Historicidade   Fascismo   Cultos   Itália
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Augusto | César | Culto della romanità | Fascismo | História Antiga

Resumo

Pode-se afirmar, hoje, que existe uma bibliografia já bastante consolidada sobre o culto della romanità durante o fascismo, particularmente no que se refere ao seu caráter mais geral, como instrumentalização do passado romano com a finalidade de legitimar ideias e valores que vigoraram durante o ventennio fascista. Contudo, de uma perspectiva temática, diferentes frentes de estudo só recentemente começaram a ser mais bem exploradas, como: 1. a ideia de que a própria romanidade serviria a um projeto de modernidade da Itália fascista e 2. o lugar ocupado pelo "mito de Roma" no imaginário coletivo e o papel das instituições e de historiadores e arqueólogos, o que, particularmente, tem conhecido especial atenção. É nesse domínio que se inserem as principais contribuições científicas e intelectuais pretendidas com a proposta submetida. O objetivo consiste em investigar o culto della romanità nas frentes mencionadas em um de seus aspectos definidores: o da mobilização das imagens de César e Augusto durante o fascismo. Essa mobilização se deu, ao longo de todo regime, de formas muito distintas. A associação sistemática da figura de César à de Mussolini e a associação entre a Roma cesarista e a Roma do fascismo foram muito frequentemente realizadas ao longo de todo regime, em diferentes frentes que atravessavam a vida cotidiana dos italianos. A destruição de patrimônios históricos e arqueológicos e a construção mesma de monumentos neoclássicos orientaram o desejo de estabelecimento de paralelos constantes entre a cidade antiga e a cidade moderna, fascista. Parte importante do tecido urbano da cidade Roma com a qual o fascismo não se reconhecia (sobretudo do período da Roma republicana ou do período medieval) é destruída, ao passo em que são realizadas novas construções, em "estilo romano", e estátuas e monumentos são deslocados das mais distintas localizações da Itália para a cidade de Roma. O antigo descaracterizado (pelas intervenções físicas), descontextualizado (fora de seu local de origem) ou o novo "revestido de clássico" dá a entender, hoje, aos transeuntes que passeiam pela cidade, que sempre existiu nas formas e nos locais em que hoje se encontra. Uma ilustração concreta disso é a Via dos fóruns imperiais, que não é de período romano, mas, sim, construída durante o fascismo. César foi, durante todo o ventennio fascista, a grande figura sobre a qual Mussolini quis se reconhecer. Uma inflexão nessas associações e que traz a figura de Augusto ao pináculo acontece, contudo, por ocasião das comemorações do bimilenário do nascimento do princeps (1937), fato que orbita a Mostra Augustea della Romanità e toda a trama histórica e arqueológica em torno da liberação do Mausoléu de Augusto e do deslocamento, restauração e estabelecimento da Ara Pacis. Debruçar-se sobre essas escolhas e motivações em torno do culto della romanità, voltadas para César ou para Augusto, pensando-as isoladamente, mas, também, em uma dimensão inalienavelmente comparada é um aspecto definidor dessa proposta. (AU)

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