O ensino de Geografia no período desenvolvimentista brasileiro: disputas em torno do sentido do território nacional brasileiro

Resumo

O presente projeto buscará entender os sentidos discursivos do território nacional em disputas por hegemonização no processo de escolarização e, mais precisamente, no ensino de Geografia no período desenvolvimentista brasileiro do período de 1948-1964, compreendendo de que forma os discursos presente nos conteúdos a serem ensinados apresentavam os novos sentidos de território e nação brasileira, bem como de mundo deveriam ser fixados pelos estudantes. Consideramos importante entender quais eram os conteúdos e como eles eram explorados, pois estavam vinculados à cultura do momento. Entendemos que na primeira metade do século XX, o Brasil passou por diversas modificações na sua ordem estrutural de base econômica e social. Com características e discursos da sua essência agroexportadora, o Brasil ao longo dos anos foi mantendo a sua condição de país periférico. Intelectuais da época, incomodados com a situação brasileira frente a outras potências mundiais, buscaram entender o que mantinha o país no subdesenvolvimentismo. Influenciados pelas ideologias Keynesianas, buscaram criar teorias econômicas de que era necessário inserir o país dentro do capitalismo com uma economia de industrialização. Tais pensamentos se materializaram em diferentes instituições como a CEPAL, ISEB, entre outros. Dessa forma nos apoiaremos na pesquisa documental, consultando acervos físicos e digitais a fim de resgatar materiais que nos aproximem das diretrizes educacionais e metodológicas que a Geografia escolar estava inserida. Também consideraremos as obras didáticas do período, como meio empírico para à investigação. Pretendemos, ao final, contribuir para a História das Disciplinas Escolares, e analisar à luz da teoria do discurso de Laclau, as práticas espaciais do ensino de Geografia vinculadas ao discurso político-econômico do desenvolvimentismo.