Abordagens metabolômicas e lipidômicas em estudos de neurotoxicidade usando modelos de cultura celulares

Resumo

Os estudos toxicológicos são fundamentais para garantir a saúde humana diante do risco de exposição a produtos químicos e outros agentes. Em relação à exposição a solventes, eles podem afetar as funções cognitivas e, em casos graves, provocar sintomas semelhantes à demência. O cenário atual de crescimento do número de compostos químicos tem gerado uma demanda cada vez maior de análises toxicológicas, o que chama a atenção para a necessidade de metodologias mais rápidas e baratas e menos dependentes de técnicas in vivo. Assim, modelos experimentais baseados no uso de culturas celulares e na aplicação de estratégias ômicas têm se mostrado uma alternativa poderosa em estudos de toxicidade. A implementação de culturas celulares 2D e 3D mimetizando o tecido neural, e sem a influência de fatores externos como o ambiente e outras funções biológicas, pode fornecer resultados confiáveis de compostos envolvidos nas vias de toxicidade. Além disso, a aplicação de plataformas analíticas e estatísticas, utilizadas em abordagens metabolômicas e lipidômicas, representa uma ótima alternativa para enfrentar os efeitos da toxicidade de uma maneira ampla, permitindo destacar metabólitos e vias relevantes para fornecer um melhor entendimento da segurança de um composto específico para humanos. Aqui, objetivamos a avaliação dos efeitos de toxicidade em modelos de células neurais 2D e 3D expostas a solventes de glicol-éter. Para cobrir os metabólitos envolvidos nos mecanismos de toxicidade, estratégias metabolômicas e lipidômicas serão empregadas. Os resultados fornecerão uma correlação com o efeito toxicológico em cérebros humanos. (AU)