Corpos que {trans}bordam: o agenciamento de vivências individuativas na arte "queer"

Resumo

O que pode a arte, essa ferramenta capaz de conectar processos de vida à materialidade do movimento? O que pode o artista, cujo corpo se torna outro a cada passo que cria? O que há no espaço de contradição entre aquilo que representa a norma e aquilo que quer ativamente dizer diferentes perspectivas ontológicas? A partir de tais perguntas de pesquisa, o projeto em questão objetiva investigar se e como a arte é capaz de produzir agenciamento e potência para e com pessoas trans e travesti, além de compreender como os recortes interseccionais das vivências individuativas interferem e se relacionam com suas produções. Nossa hipótese de agenciamento parte do pressuposto de que não é somente no momento de luto que as pessoas trans são capazes de afetar: o ato de criação artística é mobilizador potente de resistências, de deglutição da norma, de confronto à violência. Dado o caráter exploratório da proposta, serão realizadas entrevistas em profundidade, partindo de um roteiro pré-estruturado. Esta técnica permite privilegiar a própria fala do interlocutor enquanto enunciação localizada das narrativas de vida. Por fim, a análise dos dados coletados em adição à revisão bibliográfica permitirá tanto a dedução de categorias de análise quanto o teste de nossa hipótese, contribuindo, assim, para a discussão acadêmica acerca do tema.