Papel da modulação do receptor P2Y14 na resposta neuroinflamatória hipocampal em modelos in vitro e in vivo de Doença de Alzheimer

Resumo

Atualmente, a Doença de Alzheimer (AD) é forma mais prevalente de demência, caracterizada por distúrbios de memória, alterações de personalidade e raciocínio prejudicado. Como outras doenças neurodegenerativas, a AD apresenta no início de seu desenvolvimento um processo neuroinflamatório. A persistência desta inflamação causa danos aos neurônios e resulta no comprometimento da transmissão e plasticidade sináptica, o que eventualmente leva aos distúrbios que compõe essa patologia. Recentemente, além da inflamação causada pela hiperativação de microglia e astrócitos, foi observado que a ativação e recrutamento de células do sistema imune inato, como os neutrófilos, também está presente na AD. A neuroinflamação local leva ao aumento de proteínas de adesão e fatores que levam ao rompimento da barreira hemato-encefálica, o que permite a infiltração de células imunes periféricas. Assim, o estudo de mecanismos que possam prevenir o aumento do processo neuroinflamatório da AD são de extrema importância para impedir seu avanço e consequente comprometimento de circuitos neuronais. O receptor P2Y14, um receptor purinérgico acoplado a proteína G que responde extracelularmente a UDP-açúcares, já demonstrou estar associado a modulação de células do sistema imune e processos inflamatórios. A estimulação do receptor P2Y14 leva a quimiotaxia de neutrófilos e a ativação de astrócitos, o que confirma que este é um alvo interessante para estudos em modelos de doença neurodegenerativa em que a inflamação tenha um papel crítico, como a AD. Baseado nisso, o objetivo deste projeto é avaliar o efeito da estimulação/inibição do receptor P2Y14 em parâmetros de resposta inflamatória no hipocampo, em um modelo in vitro e in vivo de AD. (AU)