Considerações estatísticas acerca da hemodinâmica cerebral durante o repouso com espectroscopia funcional por infravermelho próximo

Resumo

Um dos maiores desafios da neurociência é compreender os mecanismos do funcionamento do cérebro em diferentes escalas espaciais e temporais. Em particular, o conhecimento da neurofisiologia cerebral no nível macroscópico durante o estado basal (definido como o estado em que o cérebro não recebe nenhum estímulo externo ou interno de forma consciente) é de grande interesse, tanto por causa do alto consumo metabólico do cérebro quanto pela existência de padrões emergentes que não podem ser explicados pelas componentes cerebrais microscópicas. Nesta direção, pode-se usar diferentes técnicas para medir o funcionamento cerebral na escala macroscópica como, por exemplo, a espectroscopia funcional por infravermelho próximo (fNIRS). Com fNIRS, é possível medir padrões espaço-temporais durante a atividade espontânea do cérebro no estado basal, com características e comportamentos específicos de sistemas complexos. Estes padrões complexos podem ser simulados a partir de modelos de interação, como o modelo de Ising em duas dimensões (2D). O presente projeto visa compreender o modelo de Ising 2D, e utilizá-lo como toy model em dados de fNIRS obtidos no estado basal, a fim de estabelecer comparações que possam elucidar a dinâmica das flutuações hemodinâmicas espontâneas cerebrais, tais como medidas por fNIRS. (AU)