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Confiança institucional das famílias na escola pública

Processo: 21/06982-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Vigência (Início): 01 de agosto de 2021
Vigência (Término): 31 de julho de 2022
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Sociologia - Outras Sociologias Específicas
Pesquisador responsável:Sergio França Adorno de Abreu
Beneficiário:Sara Badra de Oliveira
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:13/07923-7 - Núcleo de Estudos da Violência - NEV/USP, AP.CEPID
Assunto(s):Sociologia da violência e da criminalidade   Igualdade de gênero   Protagonismo social   Confiança   Escola pública   Relação escola-família   Justiça   Desigualdade social   Diversidade
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Confiança Institucional | Direitos Humanos | Gestão Democrática | Justiça processual | justiça social | relação família-escola | Sociologia da Violência

Resumo

A escola pública é um lugar de diversidade onde convivem pessoas e grupos de diferentes origens socioeconômicas, identidades culturais e concepções de mundo. Essa situação é potente para a construção de uma vivência plural e democrática, mas pode ser fonte de conflitos que, se não forem trabalhados na perspectiva do reconhecimento mútuo e da aprendizagem democrática, podem alimentar situações de violência e desrespeito a direitos de toda sorte. Nessa perspectiva assumem importância as relações estabelecidas entre escola-comunidade, incluindo as relações dos profissionais da escola com as famílias dos alunos, as quais têm sido marcadas por parcerias e hostilidades. Por um lado, as escolas entendem a necessidade de conhecer o contexto de vida das famílias e envolvê-las no cotidiano escolar, assim como muitas famílias compreendem a importância da escola para a vida de seus filhos, consciências estas que parecem ter se ampliado no atual contexto da pandemia de COVID-19. Por outro lado, profissionais da escola tendem a se referir de maneiras desrespeitosas às famílias das camadas populares e produzir/reproduzir desigualdades, enquanto famílias afeitas a ideologias conservadoras passam a policiar o trabalho docente. A predominância de formas autoritárias de gestão, a dificuldade em lidar com a diversidade, o fortalecimento de movimentos conservadores como o Escola Sem Partido, tudo isso traz obstáculos para o estabelecimento de um trabalho escolar cooperativo capaz de sustentar a construção de uma cultura democrática, de valorização das diferenças e de promoção dos direitos humanos, dificultando o alcance de uma sociedade mais justa. Partindo do pressuposto de que a confiança interpessoal e institucional é elemento essencial que acompanha o desenvolvimento de valores e atitudes comprometidos com a justiça social, direitos humanos e democracia, o presente projeto propõe investigar quais são os fatores associados à formação da confiança das famílias dos alunos em relação à escola pública, com especial atenção às experiências de justiça/injustiça vivenciadas por esses cidadãos em seus contatos com os profissionais da escola. Tais experiências dizem respeito, por exemplo, a quanto as famílias sentem-se respeitadas em sua dignidade, ouvidas e consideradas em suas necessidades. Pretende-se articular contribuições de vários referenciais teóricos, sobre legitimidade/confiança política e/ou institucional (ex. MOISÉS, 2005), confiança coletiva no contexto escolar (ex. BRYK & SCHNEIDER, 2002), gestão democrática e educação em direitos humanos (ex. PARO, 2003; CANDAU, 2012), justiça processual (ex. TYLER, 1990) e/ou justiça social (ex. FRASER, 2003; GEWIRTZ, 1998). A metodologia será de caráter qualitativo e envolverá três etapas: 1. revisão bibliográfica, com objetivo de sistematizar como a literatura sociológica educacional brasileira tem abordado a temática das relações escola-comunidade, com foco nos tipos de contato entre famílias e profissionais e nas expectativas daquelas em relação à escola pública; 2. aprofundamento teórico dos referenciais supracitados, com objetivo de elaborar possíveis diálogos entre eles; 3. imersão em campo em duas escolas públicas. Esta etapa divide-se em: a) aproximação com as equipes gestoras; b) observação dos momentos (presenciais e/ou remotos) de contato entre profissionais da escola e famílias; c) composição de roteiro semiestruturado de entrevistas com base nas etapas anteriores e realização das entrevistas com as famílias, escolhidas com base no critério da disponibilidade/interesse e da representatividade dos variados níveis socioeconômicos e das distintas formas de aproximação/distanciamento com a realidade escolar. Os dados provenientes das anotações em diário de campo e das entrevistas serão submetidos à análise de conteúdo. O objetivo é descrever os novos contornos da relação escola-comunidade decorrentes da pandemia bem como identificar a percepção das famílias sobre confiança e justiça. (AU)

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