Avaliação da metaloprotease papalisina de leptospiras patogênicas como antígeno vacinal

Resumo

A leptospirose - uma doença negligenciada com importância global - é causada por espécies patogênicas de Leptospira, uma vez disseminadas no hospedeiro após contato com urina de roedores, solo e água contaminados por estas bactérias. O sistema imune inato é a primeira linha de defesa contra microrganismos e o papel do Sistema Complemento é de suma importância para controlar diversos tipos de infecções bacterianas, como a leptospirose. Contudo, mecanismos de evasão do Sistema Complemento desenvolvidos por leptospiras patogênicas bloqueiam sua ativação, favorecendo a instalação desta infecção.Até o momento, não há vacinas anti-leptospirose disponíveis para uso humano que possam conferir proteção duradoura e ampla contra diferentes tipos de sorovares de leptospiras. Com isso, nos últimos anos vários grupos de pesquisa têm estudado diversos candidatos vacinais para tentar resolver esta lacuna. Nosso grupo demonstrou anteriormente que certas metaloproteases secretadas por leptospiras patogênicas são capazes de clivar proteínas do Sistema Complemento driblando assim a sua ativação. Por análise exoproteômica de L. interrogans foi identificada a papalisina - uma metalopeptidase conservada no genoma de espécies patogênicas de Leptospira - com correspondente forma ortóloga em humanos. Dados ainda não publicados do grupo da Dra. Angela Silva Barbosa (Instituto Butantan) indicam que a papalisina é expressa em abundância e capaz de clivar proteínas do Sistema Complemento. Com isto, este projeto visa avaliar o emprego da papalisina de leptospiras como possível candidata vacinal, capaz de induzir proteção contra a leptospirose.