Processos de transcrições de Villa Lobos, Radamés Gnattali e Othon Salleiro para viola caipira e violão Brahms

Resumo

A partir do alaúde árabe e da guitarra latina, surgem as violas de mão, em Portugal, e a guitarra espanhola que, no Brasil, é conhecida como violão. A viola caipira, descendente da viola de mão portuguesa, esteve no cenário musical urbano, no Brasil, até metade do século XVIII, quando foi substituída pelo violão e, gradativamente, migrou para a zona rural. A partir de 1960, ocorre o processo descrito por Corrêa (2014) como avivamento da viola, que se trata de uma retomada de interesse pela viola caipira num âmbito musical geral, não somente associado às manifestações tradicionais e folclóricas. Villa-Lobos, Radamés Gnattali e Othon Salleiro são compositores que têm uma significativa contribuição para o repertório de violão no século XX, e grande parte de suas obras estão relacionadas a manifestações populares que contemplam o uso da viola caipira, algumas possuindo interlocução direta com ela. Contudo, suas obras estão concentradas no período anterior ao avivamento da viola e, praticamente, não há obras escritas para o instrumento. Nesse contexto, o trabalho visa a transcrever uma obra de cada compositor que constitui corpus de pesquisa, sendo duas transcrições feitas para viola caipira solo e uma para viola e violão de oito cordas Brahms. Além disso, deseja-se disponibilizar as partituras das transcrições e os registros audiovisuais a serem realizados, com objetivo de dar continuidade ao processo de avivamento, expandindo o repertório dos instrumentos e discutindo sobre questões específicas de notação e interpretação. (AU)