Redes contra o crime: os mecanismos de formação, estabilidade ou mudança das redes de segurança portuária

Resumo

Debates teóricos e normativos nos estudos sobre policiamento têm refletido sobre a posição do Estado nessa atividade antes associada à polícia, mas hoje pluralizada e realizada por relações e redes entre atores públicos e privados. Esta pesquisa busca contribuir empiricamente com esses debates a partir dos portos brasileiros, espaços fronteiriços de suma relevância para o combate ao crime organizado. O objetivo é explorar os mecanismos de formação, estabilidade ou mudança das redes de segurança portuária e das posições ocupadas por atores públicos e privados nas redes de relações. Essas redes se estruturam centralizada ou descentralizadamente? As posições ocupadas por atores públicos e privados são centrais ou periféricas? Essas estruturas e posições se conservam ou se transformam em diferentes portos e ao longo do tempo? Quais mecanismos explicam a formação, a estabilidade ou a mudança dessas estruturas e posições? Para responder essas perguntas, a pesquisa combinará um desenho transversal e longitudinal em dois casos, os portos de Santos e Paranaguá. Os estudos serão conduzidos a partir de um método misto baseado na integração da análise de redes sociais e da análise de conteúdo, aplicadas aos dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas em profundidade. A pesquisa contribuirá com a agenda sobre legitimidade do NEV-CEPID ao explorar as implicações das relações voluntárias e consensuais, em comparação às mandatórias e coercitivas, para o modo como as redes de formam, se conservam ou se transformam em atividades contra o crime organizado. (AU)