Tendência e magnitude da mortalidade por Câncer no Brasil e sua relação com condições socioeconômicas e provisão de serviços de saúde

Resumo

A Organização Mundial de Saúde estima 8,8 milhões óbitos devidos a neoplasias em 2015, totalizando 15% de todas as causas de morte do planeta. Entretanto, 70% destes óbitos ocorrem em regiões de baixa e média renda. Desigualdades na mortalidade por Câncer podem estar relacionadas aos determinantes socioeconômicos da incidência da doença, assim como à efetividade dos serviços de saúde. Objetivos: a) descrever a tendência e a magnitude da mortalidade por sete tipos de Câncer (pulmão, mama, pâncreas, útero, colo retal, próstata e cabeça e pescoço) nas 137 mesorregiões do Brasil; b) analisar a relação desses desfechos com indicadores socioeconômicos e de provisão de serviços de saúde. Métodos: dados de mortalidade serão levantados junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade, mantido pelo Ministério da Saúde, com estratificação por sexo, idade, ano (1996-2015), local de residência e causa básica. Dados de população serão informados pelos recenseamentos gerais realizados em 1991, 2000 e 2010, com estimativas para os anos intercensitários fornecidas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A mortalidade será calculada com ajuste por sexo e idade pelo método direto e tomando o padrão de população proposto pela Organização Mundial de Saúde. A tendência da mortalidade será estimada por meio da regressão de Prais-Winsten. A análise de distribuição da mortalidade nas 137 mesorregiões utilizará modelos de regressão generalizada, com ajuste para auto correlação espacial. Resultados esperados: diferentes fatores podem influenciar a mortalidade por Câncer. Compreender como esses fatores se inter-relacionam auxilia a criação de políticas públicas de saúde que visam diminuir a carga de doença na população. É esperado que piores condições socioeconômicas de uma região sejam associadas inversamente com a mortalidade e que regiões com maiores provisões per capita do sistema de saúde demonstrem menor magnitude e tendência decrescente da mortalidade. (AU)