Caracterização clínica e epidemiológica de bactérias multirresistentes isoladas do sangue de pacientes vítimas de trauma

Resumo

Atualmente, a maior parte dos estudos sobre colonização e infecção por agentes multidroga resistentes (MDR) em pacientes vítimas de trauma concentra-se em coortes de pacientes internados em hospitais especializados na assistência a veteranos de guerra ou coortes de pacientes vítimas de queimaduras em acidentes domésticos ou guerras civis. Nesses estudos foram publicadas taxas de colonização e infecção por agentes MDR, principalmente enterro bactérias resistentes a carbapenêmicos, realizando identificação de seu mecanismo de resistência através de técnicas de biologia molecular e, em alguns casos, sequenciamento genético. Visto que o trauma é uma porta de entrada para infecções bacterianas, que há um número crescente de relatos de agentes resistentes a antimicrobianos e que tais elementos tem um impacto econômico considerável sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), torna-se necessário aprofundar essa relação visando a comunidade como um todo. Nesse contexto o Hospital Municipal de São José dos Campos é considerado referência no atendimento de trauma para o município e região do Vale do Paraíba. Possui cerca de 318 leitos, sendo 38 pertencentes a três Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Dessa forma, serão incluídos nestes estudos 65 amostras bacterianas dos pacientes admitidos pela primeira vez em uma das 3 UTIs do Hospital Municipal de São José dos Campos durante o período de 1º de Maio de 2017 a 31 de agosto de 2018. Assim, esse trabalho terá como objetivo: (I) identificar as características epidemiológicas e clínicas da população internada nas três unidades de terapia intensiva quanto à bacteremia por agentes multidroga resistentes (MDR); no caso, infecção de corrente sanguínea por enterro bactérias resistentes a carbapenêmicos, S. aureus resistente à meticilina, Enterococcus sp resistente à vancomicina; P. aeruginosa resistente a carbapenêmicos e A. baumannii resistente a carbapenêmicos; (II) Identificar os fatores de risco de bacteremia por agentes multidroga resistentes na população internados por trauma; (III) Identificar os mecanismos de resistência das cepas MDR; e (IV) Avaliar a clonalidade destas cepas MDR.