Arquiteturas do Corpo: novas percepções, processos compartilhados e potências na performance contemporânea

Resumo

A presente pesquisa propõe uma cartografia, no campo da performance arte, a partir de um olhar acerca das arquiteturas que o corpo performativo cria para si, em uma espécie artaudiana (2006) e deleuziana (2015) de autogênese/corpo-sem-órgãos, como forma de recriar-se para além das construções/comportamentos gestados/impostos pelas normas vigentes. O principal objetivo desta pesquisa é analisar, na interface entre teoria e prática, aspectos e da performance contemporânea que tangenciam a recriação de silhuetas corpóreas em ações performativas mas quais o corpo torna-se um espaço heterotópico (FOUCAULT,2013) e disruptivo, em uma espécie de artivismo (TAYLOR, 2015). A esta diretriz de análise damos o nome de arquiteturas do corpo, como forma de apontar que o corpo, em ações performativas contemporâneas, não é apenas suporte da obra, mas é um corpo-obra em arte-vida. Desse modo, o exercício do pensamento em torno do corpo, na performance, visa apontar ferramentas que facilitem a apreciação, o aprendizado, a reflexão e, sobretudo, a criação de diferentes qualidades de corpo para/na arte. Tal investigação pretende ser desenvolvida a partir de material coletado em dois meses de pesquisa no Hemispheric Institute of Performance and Politcs da Universidade de Nova York, que tem notadamente o maior acervo de imagens, vídeos e textos sobre grupos e artistas da performance da América Latina.