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Demolições no Largo dos Remédios: levantamento de fontes oficiais, da imprensa e iconográficas como suporte à História do Perímetro de Irradiação (1937-1945)

Processo: 19/06390-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Programa Capacitação - Treinamento Técnico
Vigência (Início): 01 de maio de 2019
Vigência (Término): 31 de dezembro de 2019
Área do conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Arquitetura e Urbanismo - Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo
Pesquisador responsável:Fernando Atique
Beneficiário:Bianca Jaqueline de Moraes Vicente
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:18/15939-4 - Pauliceia Esfacelada: uma investigação sobre o processo de demolição de espaços na área central de São Paulo e suas representações midiáticas, AP.R
Assunto(s):História urbana   São Paulo
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Demolições | Largo dos Remédios | Plano de Avenidas | Prestes Maia | São Paulo | História Urbana

Resumo

A implantação do Perímetro de Irradiação, concepção integrante do Plano de Avenidas elaborado por Ulhôa Cintra e Prestes Maia, em 1924, e colocado em execução a partir do final dos anos 1938, desenhou, na cidade de São Paulo, um eixo de alterações espaciais e viárias dentro de um projeto de remodelação urbana que trazia, em seu bojo, substituições, deslocamentos e desaparecimentos materiais, funcionais e também simbólicos nos domínios da disputada área central. Entre os espaços que se reconfiguraram, contando com desmaterializações significativas, figura o antigo Largo dos Remédios cujo nome provinha da Igreja Nossa Senhora dos Remédios - local referencial para o movimento abolicionista no século XIX e com fundação remontando ao início do século XVIII. Também existia no mesmo Largo a Assembleia Provincial de São Paulo que, em 1879, ocupou o edifício assobradado com feição neoclássica fronteiro à Igreja dos Remédios. Com esta demolição, a área passou a ser conhecida como praça João Mendes, via de regra.Com a instauração das obras da nova Catedral, a partir de 1911, o Largo, que também era chamado de São Gonçalo por conta da igreja que ali ainda existe, começou a sofrer reconfigurações. Durante os períodos colonial e imperial, os fundos do prédio da Assembleia estavam voltados para o vale do ribeirão Itororó, grande depressão que não era usada como ligação à área do "Triângulo Histórico". Com o Perímetro de Irradiação, em sua última versão, a ligação das "costas" da Catedral à outra margem do Itororó por meio de um viaduto apareceu como uma proposta urbanística. Este viaduto ficou conhecido como Dona Paulina, Prestes Maia afirmou em "Melhoramentos de São Paulo", em 1945, que poupou a Escola de Comércio Álvares Penteado - construída no Largo de São Francisco a partir de 1908, com projeto do arquiteto Carlos Eckman - da demolição, uma vez que originalmente previa-se a passagem do braço Sul da avenida anelar ali, rumando em direção à Sé. Importa-nos entender, então, como documentalmente esta escolha se deu: pois os custos de criação de viaduto, mais o arrasamento dos edifícios da Assembleia e da Igreja dos Remédios, bem como de algumas quadras entre a Praça do Carmo parecem sobrepujar o que seria gasto com a demolição da Escola de Comércio do Conde Álvares Penteado, e sua pequena quadra, uma vez que toda a área em frente à soleira da Catedral estava livre e a Praça Clóvis Bevillacqua já estava em processo de arrasamento também. Notamos que é possível ter havido, como apontam pesquisadores como Andrew Britt (2017) e Cristiane Gonçalves (2018), uma sobreposições de questões, inclusive raciais, nesta decisão de Prestes Maia, prefeito, para escolher o desmonte da área do Largo dos Remédios, ligado à memória da escravidão, e com processo de tombamento em documentação do IPHAN em detrimento do traçado original no Largo São Francisco. A Bolsa TT-1, assim, fará um levantamento de documentação arquivada no Arquivo Histórico Municipal, no Arquivo da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa do Estado, no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo em busca de fontes documentais oficiais, em especial decretos, missivas e peças gráficas. Na Hemeroteca Digital o bolsista TT-1 procurará por jornais, em especial o Correio Paulistano, o Estado de S. Paulo e os do Grupo Folha, do período (1937 a 1945), tentando recuperar notícias e artigos alusivos às tensões que tais escolhas para a obra porventura causaram. Igualmente, por meio da busca na Brasilianas Fotográfica, on line, e de acervos como a Casa da Imagem e do Instituto Moreira Sales, o bolsista deverá buscar imagens que nos auxiliem na tarefa de recompor espacialmente a área, como exposto no Projeto.

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