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O associativismo negro visto pela trajetória de Frederico Baptista de Souza - São Paulo (1870-1940)

Processo: 18/22875-2
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Doutorado
Vigência (Início): 03 de janeiro de 2019
Vigência (Término): 02 de janeiro de 2020
Área do conhecimento:Ciências Humanas - História - História do Brasil
Pesquisador responsável:Lucilene Reginaldo
Beneficiário:Livia Maria Tiede
Supervisor: Alexander Xavier Byrd
Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Local de pesquisa: Rice University, Estados Unidos  
Vinculado à bolsa:17/12859-7 - O associativismo negro visto pela trajetória de Frederico Baptista de Souza - São Paulo (1870-1940), BP.DR
Assunto(s):São Paulo   Biografias   Pós-abolição   Intelectuais negros
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Biografia | clubes negros | imprensa negra | Intelectuais Negros | Pós-Abolição | São Paulo | História

Resumo

Investigo o associativismo negro em São Paulo por meio da trajetória de Frederico Baptista de Souza. Ele foi, durante sua vida, um reconhecido líder de associações negras, e influenciou diversos jornais da imprensa negra. Pouco conhecida, a sua longa história de militância remonta aos últimos anos do século XIX e se vai até pelo menos a década de 1930. A interação de Frederico com outros dirigentes do movimento negro permite entrever disputas políticas que acabaram desaparecendo tanto da bibliografia, quanto dos relatos escritos por memorialistas. Para além de sua atuação em clubes e jornais negros, ele esteve em outros tipos de associações como políticas e religiosas, e foi funcionário público por mais de 40 anos. A pesquisa por dentro de sua experiência individual fornece uma compreensão mais ampla sobre o movimento negro paulistano, e expande as noções sobre das alianças com outros setores da sociedade. Desse modo, possibilita uma nova interpretação historiográfica sobre as solidariedades e as divergências durante o período do pós-abolição na cidade de São Paulo. Frederico viveu por 85 anos e, nascido após a Lei do Ventre Livre passou pela experiência da escravidão como ingênuo, já que sua mãe era uma mulher escravizada. O interesse pela militância política pode ter surgido pelo exemplo de homens negros como José do Patrocínio e Luís Gama que publicaram artigos em jornais especialmente durante o debate sobre a abolição, anos em que Frederico conquistava o seu amadurecimento intelectual. Assim, se torna legítimo pensar que Frederico, pode ter sido indicado para o trabalho como funcionário público por algum ex-estudante abolicionista. Haja vista o inegável aumento do racismo durante o pós-abolição, esse não é um aspecto irrelevante. Ser funcionário público da Faculdade de Direito fez com que Frederico tenha sido noticiado por várias vezes nos jornais negros como uma referência. Frederico foi um incansável militante do movimento associativista. Mas, especialmente, Frederico foi um grande ativista pelo reconhecimento de direitos das pessoas negras. No que diz respeito à dimensão internacional, a conduta pessoal que ele exibia e estimava nas folhas da imprensa negra partilha uma ideologia comum com a corrente do movimento negro norte americano que exaltava a conduta moral e profissional como principal meio para a aquisição da cidadania plena para os egressos do cativeiro e seus descendentes, tal como foi defendida e apresentada em boa parte do mundo ocidental pela obra de Booker T. Washington. A maioria das teses que estudaram o movimento negro na época posterior a abolição, dedicaram especial atenção a produção jornalística que se iniciou a partir da publicação do Clarim d'Alvorada, em 1924. A ideia de que o movimento negro dos primórdios era "apolítico" foi muitas vezes aceita sem contestação, especialmente, porque foi referendada pelo militante José Correia Leite, fundador do jornal, que era 25 anos mais jovem que o Sr. Ico. De acordo com a narrativa de Leite, as disputas por liderança foram protagonizadas por ele, cujo ideário político tendia à esquerda e Arlindo Veiga dos Santos, simpático ao integralismo, de tendência fascista. Santos posteriormente foi o principal fundador da Frente Negra Brasileira, em 1931. Não obstante, antes da fundação da FNB houve uma tentativa de união entre os dois líderes antagônicos para a criação de uma sociedade que convergisse em favor dos negros como um todo, da qual Frederico esteve evolvido. Estudos de história de vida têm mais possibilidade de mostrar aspectos ocultos das experiências do passado. Nesse momento a pesquisa está ancorada na biografia de Frederico Baptista de Souza, mas o objetivo é discutir raça, classe e aquilo que sua experiência de homem negro e militante apresenta. Sobretudo, trata-se menos do homem biografado e mais dos problemas que sua experiência de biográfica apresenta.

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
TIEDE, LIVIA MARIA. Frederico Baptisa de Souza: the formation of a Black editor in the South Atlantic. ATLANTIC STUDIES-GLOBAL CURRENTS, . (18/22875-2)

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