Efeito da Diacereína no tratamento da doença periodontal induzida em molares de ratos

Resumo

A doença periodontal (DP), desencadeada por acúmulo bacteriano subgengival, leva a degradação dos tecidos moles e mineralizados do periodonto. A resposta imunoinflamtória promove o recrutamento de células específicas que liberam mediadores, dentre eles a interleucina-1 (IL-1), fator de necrose tumoral-alfa (TNF-±) e metaloproteinases da matriz (MMPs). Portanto, modular a resposta imunoinflamatória pode ser uma abordagem complementar no tratamento da DP. Há evidências de que a diacereína, uma medicação anti-IL-1, reduz a produção de MMPs e TNF-alfa. Assim, é provável que a diacereína exerça um papel benéfico no tratamento da DP. O objetivo do presente estudo é avaliar se a diacereína acelera a regressão da inflamação e reduz a perda óssea do processo alveolar. Serão utilizados 66 ratos Holtzman, distribuídos em 11 grupos. A DP será induzida com inserção de uma ligadura no 1o molar superior esquerdo por 7 dias. Neste momento, 12 animais serão sacrificados: 6 animais do grupo controle (GC) e 6 animais do grupo GP (periodontite induzida por 7 dias). Animais com a DP induzida receberão 100mg/kg de massa corpórea de diacereína (GPD) por gavagem ou receberão solução fisiológica (GPS) durante 7, 15 e 30 dias. Em cada período, 6 animais sem qualquer tratamento (periodonto saudável) serão sacrificados (grupo controle, GC). Após a eutanásia, fragmentos de maxila com os molares do lado esquerdo serão removidos e, imediatamente, imersos em solução de formaldeído a 4% tamponado com fosfato de sódio 0,1M e pH 7,2. Em seguida, os fragmentos de maxila serão descalcificados em EDTA a 7% durante aproximadamente 60 dias e, então, serão desidratados, diafanizados e incluídos em parafina. De cada espécime (maxila), 5 cortes sagitais semi-seriados (com distância mínima de 100 µm) serão corados com hematoxilina e eosina (HE) para análises morfológica e quantitativa dos seguintes parâmetros: densidade de volume de células inflamatórias e de fibroblastos na mucosa da gengiva interdentária, entre o 1o e 2o molares e mensuração das distâncias do epitélio juncional à junção cemento-esmalte (EJ-JCE) e da JCE à crista do processo alveolar (JCE-PA). A reação histoquímica para fosfatase ácida resistente ao tartarato (TRAP), usada como marcador de osteoclastos, será realizada em 2 cortes não seriados de cada espécime; a superfície do processo alveolar ao redor das raízes do 1º molar será mensurada e o número de osteoclastos TRAP-positivos será computado. Cortes semi-seriados serão também submetidos as reações imuno-histoquímica para detecção da IL-1 e MMP-1. Na mucosa da gengiva interdentária, entre o 1o e 2o molares, será obtida a densidade numérica de células imunopositivas à IL-1 e MMP-1, de todos os animais (todos os grupos). Os dados quantitativos serão submetidos à análise de variância de dois fatores (two-way ANOVA) e pós-teste de Tukey (p menor ou igual a 0,05).