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As tecnologias monstruosas e as questões do humano no cinema

Processo: 18/02038-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
Vigência (Início): 01 de junho de 2018
Vigência (Término): 31 de maio de 2019
Área do conhecimento:Interdisciplinar
Pesquisador responsável:Maria Lucia Santaella Braga
Beneficiário:Adriano Messias de Oliveira
Supervisor: Teresa Velázquez García-Talavera
Instituição Sede: Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). São Paulo , SP, Brasil
Local de pesquisa: Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), Espanha  
Vinculado à bolsa:15/13071-9 - A fantasfera do mundo senciente, BP.PD
Assunto(s):Semiótica   Psicanálise   Monstros   Ficção científica
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:communication semiotics psychoanalysis movies monster | comunicação semiótica psicanálise cinema monstro | Semiótica Psicanalítica

Resumo

Este projeto, a ser desenvolvido no âmbito do Laboratori de Prospectiva i Recerca en Comunicació, Cultura i Cooperació - Laprec -, do Departamento de Periodismo y de Ciencias de la Comunicación da Universidad Autónoma de Barcelona (UAB), se adequa a pesquisas em comunicação e semiótica que estão em consonância com minha perspectiva de trabalho desde o doutorado, em especial no que diz respeito ao estudo dos percursos que as formas monstruosas têm assumido no cinema, as quais dão a ver um complexo panorama de sintomas da cultura que espelham os desafios do humano. Parte dos resultados de pesquisas já realizadas por mim estão demonstrados em publicações, sobretudo desde 2010, destacando-se o livro Todos os monstros da Terra: bestiários do cinema e da literatura (Educ/Fapesp, 510 p.), ganhador de um Prêmio Jabuti de Comunicação em 2017. Em trabalhos prévios, discuti filmes realizados por diretores espanhóis e latinoamericanos, a exemplo de A espinha do diabo (El espinazo del diablo, 2001), Extermínio 2 (28 weeks later, Juan Carlos Fresnadillo, 2007), I'll see you in my dreams (Miguel Ángel Vivas/Filipe Melo, 2003) e Os últimos dias (Los últimos días, David Pastor e Àlex Pastor, 2013). E, em outro viés, investiguei o rico campo da monstrificação corporal, a qual pode ser vislumbrada em seres fantásticos da Península Ibérica. Pelo entendimento semiótico, por um lado, e pelo aval da teoria psicanalítica, por outro, entendo os monstros como profícuos elementos que permitem estudar o que pode um corpo e, mais ainda, o que pode o corpo cada vez mais biociborguizado: o mesmo que adjunge à materialidade orgânica os elementos do silício, em metáfora de um novo humano que evidencia o cruzamento ontológico em que estamos. Nesse panorama, o cinema proporciona avanços reflexivos mediante suas criações, consequência não apenas do trabalho do inconsciente, mas de uma vasta sintomatologia cultural repetitiva. Na última década e meia, detectam-se materiais que servem como um bom corpus de pesquisa, o qual pode ir da ficção científica delicada ao terror mais explícito, passando-se pela vocação ao mainstream e a um certo experimentalismo de novos formatos narrativos. Como representativas deste panorama, escolhi obras de Guillermo del Toro, uma vez que elas ganham ampla repercussão ao apresentarem o monstruoso como elemento paradigmático. O destaque vai para O labirinto do fauno (El labirinto del fauno, 2006), A colina escarlate (Crimson Peak, 2015) e, sobretudo, A forma da água (The shape of water, 2017). Nelas, Del Toro dialoga tanto com a qualidade formal quanto com representações que podem ser apreendidas como sintomas da cultura. O objetivo principal é investigar em que medida seus filmes dão a ver questões que permeiam desafios para o humano; como objetivos secundários, vislumbra-se a localização da temática tecnológico-maquínica na perspectiva do corpo, com reflexos às novas empreitadas ontofilosóficas que se anunciam, bem como a detecção de elementos de uma cultura mais antiga, sobretudo ibérica, presente nas representações cinematográficas. A hipótese é que determinadas produções audiovisuais antecipam questões ontofilosóficas que configuram o humano neste século, marcado pela tecnologia adjungida ao corpo e pelo impacto das novas economias de gozo sobre o sujeito. Pergunta-se o que é o humano em nossos dias e qual seu possível devir; ou, ainda, como o humano, o animal não-humano e as máquinas (com destaque para as movidas pela inteligência artificial) se imbricam, em configuração cada vez mais híbrida. A metodologia envolve pesquisa bibliográfica e audiovisual. Para o estado da arte, mobilizo, em comunicação e cinema, autores como Lucia Santaella, Fernando Broncano, Roger Dadoun, Jean-Claude Beaune, Noël Carroll, Cassou-Noguès e Jean-Louis Leutrat; e, para a frente psicanalítica, fio-me às obras fundamentais de Sigmund Freud e Jacques Lacan, bem como às contribuições colaterais de Slavoj Zizek e Miquel Bassols. (AU)

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