Flavanonas de Citrus- mecanismos de proteção de células beta-pancreáticas submetidas ao estresse oxidativo

Resumo

A resistência à insulina (RI) se caracteriza pela baixa resposta à insulina em tecidos periféricos, além do estresse oxidativo e pelo estado inflamatório em diversos tecidos, entre eles o tecido pancreático, o que acarreta em prejuízo em sua função, como a síntese e secreção de insulina. O colesterol está entre os causadores do estresse oxidativo na célula beta-pancreática, gerando aumento de espécies reativas de oxigênio como o ânion superóxido. Atualmente, uma maior oferta dietética de compostos bioativos, através da ingestão de frutas e hortaliças, está entre os procedimentos alternativos para atenuar as alterações e desordens metabólicas de maneira, em última instância, a atenuar o quadro e evolução da RI. Os compostos bioativos, como os flavonoides, através de propriedades como atividades antiinflamatória e antioxidante poderiam reduzir o estresse oxidativo nas células beta, melhorando sua função. A laranja é o citrus de maior produção e o mais consumido pelo brasileiro, sendo a principal fonte de flavanonas para a população brasileira. Assim, é importante avaliar o potencial das flavanonas na promoção à saúde, em especial em atenuar algumas desordens metabólicas, e seus mecanismos de ação. Desta forma, o objetivo deste trabalho consiste em avaliar o efeito de flavanonas na proteção à função de células beta-pancreáticas submetidas ao estresse oxidativo. Para isso, células beta-pancreáticas da linhagem Min6 serão incubadas com os metabólitos de fase II de flavanonas, e de seus catabólitos oriundos de sua degradação pela microbiota intestinal, uma vez que são os principais compostos circulante no sangue após a ingestão, quer seja das flavanonas isoladas ou na matriz alimentar. Ainda, propõe-se uma abordagem proteômica das células submetidas ao estresse oxidativo e tratadas, a fim de identificar possíveis alvos moleculares da ação de flavanonas sobre a disfunção pancreática. Este estudo permitirá uma compreensão mais ampla e detalhada de como as flavanonas podem exercer efeito protetor sobre as células beta-pancreáticas e aliadas a outros parâmetros bioquímicos e fisiológicos podem auxiliar no entendimento dos mecanismos de proteção no desenvolvimento de doenças crônicas, tais como a RI e Diabetes. (AU)