Imagem de ressonância magnética ponderada por difusão no modelo da pilocarpina da epilepsia do lobo temporal

Resumo

A epileptogênese é definida como um processo crônico desencadeado por fatores genéticos ou adquiridos em que a rede cerebral torna-se susceptível a crises e predisposta a gerar crises espontâneas recorrentes. Entretanto, o conceito de epileptogênese ainda não está bem estabelecido. Traumas cerebrais, lesões durante a primeira infância e nascimento, acidentes vasculares cerebrais, infecções, status epilepticus e tumor são fatores de risco relacionados aos mecanismos epileptogênicos. Estudos em humanos e modelos animais de epilepsia tem usado imagens de tensor de difusão (DTI) como uma ferramenta essencial na investigação do processo da epileptogênese. Embora historicamente a epilepsia seja considerada uma doença que afeta a substância cinzenta, estudos tem demonstrado que as estruturas da substância branca, mesmo distantes da zona epileptogênica inicial também podem estar envolvidas em epilepsias focais. DTI é capaz de identificar alterações microestruturais na substância branca no cérebro, como lesão axonal ou desmielinização através do movimento translacional das moléculas de água. Este estudo tem como objetivo avaliar alterações microestruturais na substância branca do cérebro de ratos Wistar através de imagens de difusão por ressonância magnética. As análises serão focadas nas imagens adquiridas antes e durante o período de latência da epileptogênese e após o desenvolvimento de crises espontâneas induzidas pela pilocarpina. DTI é uma ferramenta promissora para pesquisas de neuroimagem em humanos e modelos animais. Estudos longitudinais com DTI podem desempenhar um papel crucial na investigação de biomarcadores relacionados aos mecanismos complexos envolvidos na epileptogênese e os modelos experimentais de epilepsia podem ser uma alternativa atraente para a compreensão da epileptogênese, uma vez que apresentam características semelhantes à epilepsia humana. (AU)