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A episteme dos Diários da Descoberta da América de Cristóvão Colombo

Processo: 17/19766-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Vigência (Início): 01 de janeiro de 2018
Vigência (Término): 30 de abril de 2019
Área do conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras
Pesquisador responsável:Marcia Maria de Arruda Franco
Beneficiário:Luís Felipe Ferrari
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Renascimento   Descobrimento da América   Grandes navegações   Diários
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Descoberta da América | Diários de navegação | Episteme | Fantástico | Mesmo e Outro | Renascimento | História das Ideias

Resumo

A literatura de viagem dos séculos XV e XVI, tampouco represente um interesse historiográfico e estético por si só, oferece-se acima de tudo como uma possibilidade de penetrar na compreensão de mundo do homem renascentista no momento singular em que este se deparava com o extraordinário de um mundo desconhecido. Podemos encontrar nos relatos dos descobridores as práticas de interpretação da realidade que veiculavam o Outro às qualidades do Mesmo, configurando-se como um exemplo da episteme do período, cujo relato expõe a vivência imediata da "ordem" característica do Renascimento, de acordo com a teorização pós-estruturalista de Michel Foucault. Teríamos, então, nos textos dos descobridores ibéricos um acesso extremamente afortunado aos modos de ser e de pensar típicos dos anos de mil quatrocentos e quinhentos na Europa. Portanto, o que esta pesquisa se propõe a fazer é, por meio de uma "arqueologia do saber", observar os desdobramentos da episteme do período em questão no momento de crise em que o Mesmo era forçado a conhecer elementos completamente díspares de sua realidade, mas que deviam, todavia, ser compreendidos sob os mesmos parâmetros. Assim, objetivamos entender o olhar europeu e renascentista sobre o Outro nos Diários da Descoberta da América de Cristóvão Colombo, tomados aqui como recorte significativo devido ao impacto histórico imensurável dos eventos que relatam. Consequentemente, torna-se capital entender a representação textual do Outro nos Diários, pois será através desta representação que a "ordem" se deixará entrever: na expressão, num léxico e numa linguagem comuns e com imagens desenvolvidas pelo Mesmo, de uma realidade que em tudo foge do que é comum. Articulamos, de acordo, nossa pesquisa arqueológica ao estudo discursivo por meio da noção de "fantástico", tal como desenvolvida por Tzvetan Todorov, em cuja teoria vislumbramos uma possibilidade crítica de analisar a representação textual deste contato. Deste modo, lendo nos Diários a "prosa do mundo" e o "fantástico", buscaremos entender os diários como uma produção discursiva da cultura das navegações no limite da episteme renascentista. Esperamos, com estes esforços, descortinar as relações entre o Mesmo e o Outro nos Diários da Descoberta da América de Cristóvão Colombo, que subsistem como o fundo desses relatos, fornecendo, assim, uma demonstração de certas características da episteme renascentista, uma vez que tentaremos situar as Grandes Navegações em seu contexto histórico e epistemológico. Ademais, desejamos desenvolver e aplicar teorias estéticas no que tange à relação entre o discurso e a sociedade que o produz. (AU)

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