Treinamento auditivo em crianças com Distúrbio Específico de Linguagem com e sem terapia de linguagem

Resumo

Define-se como processamento auditivo as eficiência e eficácia com que o sistema auditivo lida com a informação auditiva. Quando há uma disfunção do sistema nervoso auditivo central que contribui para o prejuízo do processamento perceptual da informação auditiva, gerando atrasos nas habilidades em que a escuta desempenha um papel fundamental, têm-se o Transtorno do Processamento Auditivo (TPA). Ainda que este não seja causado por transtornos de ordem cognitiva superior, sabe-se que o transtorno pode levar ou estar associado a dificuldades de linguagem, aprendizagem e funções comunicativas. Crianças que são diagnosticadas com TPA devem ser submetidas ao Treinamento Auditivo para desenvolver ou reabilitar as habilidades auditivas alteradas. Devido à relação entre o TPA e alterações de linguagem, déficit de atenção e hiperatividade e distúrbios de aprendizagem, vem sendo estudada a relação entre este transtorno e o Distúrbio Específico de Linguagem (DEL). Este quadro é caracterizado por acentuada dificuldade de aquisição e desenvolvimento de linguagem sem outras comorbidades que possam justifica-la, tais como alteração neurológica ou distúrbios do desenvolvimento. Alterações de processamento auditivo são encontradas em indivíduos com DEL, especialmente no que se refere ao processamento temporal da informação auditiva. Desta forma, o objetivo do estudo é verificar os efeitos do treinamento auditivo em crianças com DEL em terapia de linguagem e em crianças com queixas de dificuldade de linguagem que não estão em terapia de linguagem. (AU)