Papel de proteína anexina A1 na dermatite atópica experimental em camundongos

Resumo

A dermatite atópica (DA), também conhecida como eczema atópico, é a inflamação crônica mais comum da pele, de etiologia multifatorial, caracterizada pela produção de IgE e citocinas de perfil Th2 (IL-4 e IL-13). Os tratamentos para DA incluem emolientes, glicocorticoides tópicos, inibidores de calcineurina, fototerapias, e imunossupressores, mas seus efeitos adversos estimulam a busca por novas terapias. Assim, destacamos a anexina A1 (ANXA1), proteína com potentes ações anti-inflamatórias que podem ser ativadas por sua interação com o receptor para peptídeo formilado tipo 2 (Fpr2). Contudo, o papel da ANXA1 e sua relação com o Fpr2 na pele normal e inflamada tem sido pouco explorada. Desse modo, analisaremos em um modelo experimental de DA murino, o efeito da falta endógena da ANXA1 na resposta inflamatória alérgica da pele e na expressão do Fpr2. Camundongos C57BL/6 machos, selvagens e nocautes para ANXA1, serão imunizados por via subcutânea, com ovalbumina (OVA; 5 µg) nos dias 0 e 7. Após a imunização, os animais serão desafiados com 250 µg de OVA diluída em 50µl de óleo Johnson's Baby ® nos dias 11, 14 a 18 e 21 a 24. Após 24 horas do último período de exposição à OVA, ou apenas óleo (Sham), 25º dia, os animais serão anestesiados para coleta de sangue e, posteriormente eutanasiados para coleta da pele. Os estudos serão realizados por meio de: dosagem de IgE anti-ovalbumina por ELISA no sangue; análises morfológica e quantitativa dos mastócitos e eosinófilos na pele; Western blotting para detectar a expressão dos mediadores dos mastócitos e eosinófilos, Fpr2 e quinases ativadas por mitógenos (MAPKs) nos macerados de peles; e imuno-histoquímica para detectar a expressão do Fpr2 na pele. Os resultados contribuirão para o melhor entendimento dos mecanismos celulares e moleculares que envolvem as ações biológicas da ANXA1 na alergia, assim como possíveis alvos terapêuticos para os processos inflamatórios da pele. (AU)