Alfabetização na sala de aula de ensino fundamental: condições de produção, saberes dos professores e instauração da autoria

Resumo

Muitos pesquisadores como Tfouni (1995), Kleiman (1995), Assolini (2003), Mortatti (2008), Soares (2010), entre outros, debruçaram-se em estudos concernentes à alfabetização. As problemáticas que envolvem esse fenômeno continuam a instigar estudiosos, especialmente quando esses perguntam: em que condições de produção ocorre a alfabetização no ensino público brasileiro? Por que muitos estudantes não são alfabetizados no período escolar destinado especificamente a essa tarefa, a alfabetização? Por que o Brasil, particularmente a escola pública de ensino fundamental, exibe números elevados de sujeitos não alfabetizados, que, inclusive, chegam ao Ensino Médio sem saber ler e escrever? Qual o papel do professor nesse processo? O aluno pode colocar-se como autor de seu dizer? Em quais circunstâncias? Entretanto, os estudos citados não se detiveram plenamente na observação do cotidiano da sala de aula propriamente dita, ou seja, onde de fato pode se dar (ou não) o processo de alfabetização. Perceber e identificar essa lacuna, em importantes estudos concluídos, instiga-nos à realização de uma pesquisa que busca compreender em quais condições de produção dá-se o processo de alfabetização em sala de aula, em escolas públicas do interior do estado de São Paulo. Valemo-nos da Análise de Discurso de matriz francesa (pechêuxtiana), da teoria Sócio-histórica do Letramento e das concepções de autoria de Tfouni (1999) e Orlandi (2001) para amparar e sustentar essa investigação que nos propomos realizar. (AU)