Correlatos histológicos de imagens por ressonância magnética em pacientes com epilepsias farmacorresistentes

Resumo

Imagens de ressonância magnética são importantes ferramentas para a avaliação não invasiva de doenças em diversos órgãos e tecidos. Nas epilepsias focais farmacorresistentes, o sucesso da cirurgia para controle das crises depende diretamente da identificação da área epileptogênica, o que faz da neuroimagem por ressonância magnética (RM) parte crucial do planejamento cirúrgico. A esclerose hipocampal e as displasias corticais são os achados cirúrgicos observados em mais da metade dos pacientes com epilepsia de difícil controle. Aumento de sinal e tempo de relaxamento T2, redução na taxa de transferência de magnetização e alterações nas imagens por tensor de difusão são importantes marcadores tanto da esclerose hipocampal como das displasias corticais. Entretanto, mesmos com o uso de máquinas de alto campo e protocolos mais modernos, grande parte das displasias corticais permanecem indetectadas. Em relação à esclerose hipocampal, apesar de esta patologia ser mais frequentemente detectada por imagens de ressonância magnética, dados de estudos anteriores do nosso grupo e da literatura indicam que em alguns casos a RM falha em detectar alterações patológicas. Como consequência, uma porcentagem significativa dos pacientes operados não conseguem bom controle de crises. Deste modo, são necessários mais estudos a fim de otimizar as imagens de ressonância para detecção de alterações mais sutis, bem como definir os substratos histológicos das alterações nos diferentes sinais de RM. O presente estudo visa identificar, por técnicas moleculares, as proteínas associadas à gliose e matriz extracelular correlacionadas com as alterações destas imagens por RM nas epilepsias de difícil controle, bem como melhorar a detecção das alterações neuropatológicas, em especial das displasias corticais, pelos exames de RM. (AU)