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Inspirações sobre o fazer(-se) político: dinâmicas cosmopolíticas entre os Guarani-Mbya

Processo: 16/15144-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Mestrado
Vigência (Início): 01 de dezembro de 2016
Vigência (Término): 04 de abril de 2017
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia - Etnologia Indígena
Pesquisador responsável:Renato Sztutman
Beneficiário:Aline de Oliveira Aranha
Supervisor: Montserrat Ventura I Oller
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Local de pesquisa: Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), Espanha  
Vinculado à bolsa:15/00569-9 - Inspirações sobre o fazer(-se) político: dinâmicas cosmopolíticas entre os Guarani-Mbya, BP.MS
Assunto(s):Xamanismo   Liderança
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:contra-Estado | Cosmopolítica | Etnologia ameríndia | guarani-mbya | Liderança | xamanismo | Antropologia

Resumo

O interesse em realizar um estágio de pesquisa na Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) se dá pela possibilidade em aprofundar o quadro teórico e expandir os aspectos conceituais para o desenvolvimento da minha pesquisa de mestrado, através da organização da escrita da tese pela revisão da produção bibliográfica especializada e dos dados etnográficos de campo. O Estágio de Pesquisa se dará sob a orientação da Professora Montserrat Ventura i Oller, especialista em Etnologia Ameríndia, especialmente no que toca o tema do xamanismo e liderança na atualidade.Partimos da ideia de que não é possível negligenciar, no cenário atual, a configuração de "novas" formas e estratégias mbya de liderança e ação política. Estas transformações emergem no embate com a política jurua (não-indígena) e se inserem em contextos como os de luta pela demarcação de terras e salvaguarda de direitos indígenas, projetos de valorização, desenvolvimento ou resgate cultural sob a rubrica da cultura (com aspas), onde o domínio da burocracia passa a corresponder a um maior domínio da arena de batalha, e com isso, afirmação e demarcação da diferença e resistência mbya contra o estado. Pretende-se aqui, através de pesquisa bibliográfica e de campo, se debruçar sobre a atual relação da chefia política com o xamanismo guarani e verificar de que maneira eles seguem estreitamente imbricados na produção de sujeitos, coletivos, discursos e práticas entre os Guarani-Mbya que habitam as regiões Sul e Sudeste do Brasil. Não se trata aqui de pensar uma política guarani desvinculada das políticas públicas do Estado, mas de analisar como essa relação é agenciada de um modo propriamente guarani, revelando forças e resistências produtivas e criativas e elucidando o intenso trabalho de tradução e transformação mbya aí implicado, uma vez que diferentes domínios e perspectivas demandam diferentes retóricas e ações, e identidades tornam-se armas políticas, principalmente após a promulgação da Constituição de 1988. A ideia então é pensar os movimentos desempenhados pelos diversos sujeitos políticos, correspondendo mais a disposições do que a funções ou posições propriamente ditas ou mesmo fixas, a capacidades singulares de agir, fazer agir, afetar e ser afetado, que contam com diferentes modalidades de liderança e áreas de atuação, influência e prestígio, investigando em que consistiriam tais disposições diferenciantes e como estas se relacionam aos processos mbya de produção e contra-produção de pessoas e coletivos. Tais figuras políticas pensadas enquanto tradutores de mundos atuariam então como diplomatas cosmopolíticos, transitando por diferentes códigos e agenciando diferentes mundos, onde tudo é política: relação, diálogo, negociação.

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