Caracterização dos mecanismos envolvidos nas ações dos ácidos graxos ômega-3 no balanço energético

Resumo

Estudos realizados em nosso laboratório encontraram que o aumento corporal do conteúdo de ácidos graxos ômega-3 (N-3), pela ingestão de dieta rica em óleo de peixe ou produção endógena via modificação genética, protege camundongos do ganho de peso e obesidade induzida pela ingestão de dieta hiperlipídica. Interessantemente, estas ações dos ácidos graxos N-3 ocorrem na ausência de alterações significativas na ingestão alimentar indicando um provável aumento do gasto energético como mecanismo responsável. Hipostenizamos assim que os ácidos graxos N-3 aumentam o gasto energético por mecanismos dependentes e independentes da proteína desacopladora 1 (UCP-1). Para testar esta hipótese, realizaremos dois protocolos distintos. Primeiramente, camundongos C57BL/6J serão alimentados por 5 semanas com dieta controle contendo 10% de banha (DN); dieta controle contendo 10% óleo de peixe (DNN-3); dieta hiperlipídica (HFD) contendo 60% de banha; e dieta hiperlipídica contendo 60% de óleo de peixe (HFDN-3) e serão avaliados para peso corporal, adiposidade, gasto energético, atividade simpática para o tecido adiposo marrom e branco, conteúdo e função mitocondrial, eixo hipotálamo-hipófise tireóide, temperatura corporal, conteúdo de UCP1, desiodase tipo 2, SERCAS 1 e 2 e termogênese. Em um segundo protocolo estas mesmas variáveis serão avaliadas em camundongos selvagens e deficientes em UCP1 alimentados por 5 semanas com dietas HFD e HFDN-3 com o objetivo de investigar a contribuição da termogênese independente do tremor muscular no aumento de gasto energético induzido pelos ácidos graxos N-3. (AU)