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A disposição perversa polimorfa na sexualidade, suas manifestações e proibições: um diálogo entre a teoria queer e a psicanálise

Processo: 15/23207-5
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Vigência (Início): 01 de março de 2016
Vigência (Término): 31 de dezembro de 2016
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Psicologia
Pesquisador responsável:Patricia Porchat Pereira da Silva Knudsen
Beneficiário:Vinicius Martinucho Godeguezi
Instituição Sede: Faculdade de Ciências (FC). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Bauru. Bauru , SP, Brasil
Assunto(s):Psicanálise   Sexualidade   Sigmund Freud   Teoria queer   Inquéritos e questionários
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Disposição Perversa Polimorfa | Freud | Psicanálise | Sexualidade | Teoria Queer | Psicanálise

Resumo

Esse projeto tem como objetivo, buscar uma aproximação e um diálogo entre a psicanálise e a teoria queer, através do conceito psicanalítico de disposição perversa polimorfa e das ideias da teoria queer a respeito da sexualidade. A teoria queer é uma teoria pós-estruturalista surgida no início da década de 1990, que tem como principal proposta o questionamento e desconstrução de padrões estabelecidos socialmente, principalmente no que diz respeito à sexualidade, gênero, raça e a toda classificação que culmine em uma categorização de indivíduos como sendo normais ou desviantes. Apoiada filosoficamente, principalmente nos trabalhos de Jaques Derrida e Michael Foulcault, a teoria queer costuma ser associada a militâncias feministas e LGBT. No entanto, segundo alguns teóricos queer, essa teoria não pode ser reduzida a uma defesa dessas minorias sexuais, pois seria antes um empreendimento desconstrutivista da própria lógica que classifica e molda os comportamentos sexuais através do questionamento e contextualização histórica dessa lógica. Nesse sentido, a leitura da teoria queer a respeito da sexualidade, afirma que esta é classificada, ensinada e moldada a partir de dispositivos históricos de poder que têm como objetivo criar uma sexualidade heteronormativa e pretensamente natural. Freud no texto de 1905, Três Ensaios para a Teoria da Sexualidade, ao desenvolver uma teoria psicanalítica do desenvolvimento psicossexual, questiona os saberes médicos da época a respeito do comportamento sexual humano e propõe uma nova leitura desse assunto que em muitos aspectos ainda hoje parecem importantes e atuais. Ao propor a ideia de uma sexualidade infantil com uma disposição perversa e polimorfa, que apesar de constituir uma tendência geral e fundamental de todo ser humano, acaba tendo sua manifestação reprimida por barreiras de repugnância e pudor construídas socialmente, Freud de certo modo revolucionou os pressupostos que se tinha até então a respeito da sexualidade humana, fazendo uma inversão, no sentido de questionar o caráter patológico dos comportamentos sexuais "perversos", afirmando que todo comportamento sexual "normal" possui inúmeros elementos perversos. Entretanto, ainda no texto dos Três Ensaios e também em textos posteriores, Freud apresenta o conceito de sublimação, que diz respeito a um desvio do alvo da pulsão sexual, que por ter sua satisfação erótica barrada, tem de buscar essa satisfação em outros alvos não sexuais, possibilitando realizações culturais e tendo uma grande importância na vida social e na constituição da civilização. A tentativa de aproximação entre teoria queer e psicanálise buscada nesse projeto, será feita através de uma comparação entre a ideia de uma disposição perversa polimorfa da sexualidade e suas proibições, procurando compreender se as barreiras de vergonha e repugnância citadas por Freud equivalem aos dispositivos históricos de poder apontados pela teoria queer, e quais seriam, na visão da psicanálise e da teoria queer, as possíveis implicações desse controle da sexualidade na sociedade. (AU)

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