Nós vamos festejar o que?: o primeiro de maio e a reorganização do operariado

Resumo

Este projeto de iniciação científica tem como objeto de estudo a compreensão social e política da efeméride do 1º de maio durante o Regime Militar brasileiro, focando-se em datas que permitem pensar as diversas conjunturas do período (a saber: 1968, 1971, 1974, 1977, 1979, 1980, 1983, 1984) e no estado de São Paulo, em algumas experiências na capital paulista e na região metropolitana. Observou-se que diversos tipos de agentes - como o Estado, os sindicatos, as organizações de esquerda e a Igreja Católica, por exemplo - gravitavam em torno da data, possuindo interesse em estabelecer narrativas e realizar ações durante este dia. A partir desta identificação, iniciou-se um levantamento documental prévio a fim de embasar a problematização da dinâmica destas atividades, o mapeamento dos atores envolvidos em tal tarefa e suas práticas culturais. Inserida em debates relativos à reorganização do operariado na década de 1970, principalmente assentada nos esforços empreendidos por movimentos sociais e pelo chamado novo sindicalismo, e à ideia de lugares de memória, acredita-se que esta abordagem cultural possibilite novos elementos que auxiliem na compreensão sobre como se reconstruiu, no âmbito pretensamente celebrativo, a própria imagem de movimento operário em um período de desmobilização e forte repressão. (AU)