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Violência obstétrica: luta por reconhecimento, judicialização e a noção de um "bom parto"

Processo: 15/09862-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Vigência (Início): 01 de agosto de 2015
Vigência (Término): 29 de fevereiro de 2020
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia - Antropologia Urbana
Acordo de Cooperação: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Pesquisador responsável:Guita Grin Debert
Beneficiário:Mariana Marques Pulhez
Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Bolsa(s) vinculada(s):17/03615-7 - Violência obstétrica: disputas de sentidos, direitos, ciência e medicalização, BE.EP.DR
Assunto(s):Direitos humanos   Parto humanizado
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:antropologia das emoções | Direitos Humanos | judicialização da vida social | Luta por reconhecimento | sistema obstétrico | Antropologia e Gênero

Resumo

A proposta deste projeto de pesquisa é analisar o modo pelo qual a categoria violência obstétrica é criada, os significados que lhe são atribuídos e as arenas de conflitos éticos construídos em torno da noção de "bom parto". Tal categoria vem se tornando cada dia mais mote de reivindicações por processos de reconhecimento de atos vistos como violentos no parto, trabalho de parto e pós-parto. O chamado movimento de humanização do parto vem construindo, ao longo dos anos, uma agenda política de luta pela legitimação da ideia de que determinados atos cometidos contra a vontade de gestantes devem ser entendidos como desrespeito aos seus direitos sexuais e reprodutivos. As disputas, no entanto, se inserem nas diferenças entre as noções do que seja um "bom parto", construídas dentro do que Didier Fassin chamou de movimento de compaixão baseado em razões humanitárias. Resultados de tais disputas têm sido a formulação cada vez mais ativa de leis e programas de governo no Brasil - ancorados em tendências internacionais de atendimento ao parto -, e que, com o objetivo de chamar a atenção para a violência obstétrica, vêm apontando para a sua existência nos hospitais brasileiros. E tem sido com o respaldo de tais leis e programas que ativistas pelo combate a este tipo de violência vêm construindo suas reivindicações, num processo que se insere no que se entende como judicialização da vida social. A proposta aqui é, portanto, buscar compreender a construção moral da noção de violência obstétrica e a sua relação intrínseca com um ideal de um "bom parto" a partir dos discursos dos diferentes atores envolvidos neste processo: mulheres que se dizem vítimas de violência obstétrica, profissionais da saúde, operadores do direito e ativistas pró-humanização do nascimento. Para tanto, a metodologia privilegiada será a etnografia de processos judiciais, acompanhamento de audiências públicas, congressos da área da saúde, acompanhamento do trabalho de uma ONG especializada e entrevistas com os atores envolvidos. (AU)

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
PULHEZ, Mariana Marques. Autonomia, consentimento e informação de qualidade: controvérsias e disputas na construção da violência obstétrica no Brasil. 2022. Tese de Doutorado - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Campinas, SP.

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