A origem do Gondwana no Brasil: usando indicadores isotópicos de subducção para reconstruir os oceanos antigos

Resumo

As reconstruções paleogeográficas do planeta, durante o Precambriano, são normalmente baseadas nos registros continentais, já que crosta oceânica mais antiga do que 200 Ma não pode ser mais encontrada in-situ. Neste projeto, está sendo proposto o uso de indicadores isotópicos recém-desenvolvidos para o estudo de arcos magmáticos, associados a zonas de subducção de modo a obter: as idades e a localização de zonas de subducção de crosta oceânica. O projeto também pretende definir se esses processos de subducção envolveram a formação de nova crosta continental ou resultaram da reciclagem de crosta antiga, ou ainda se os magmas gerados durante esses processos incorporaram material derivado de rochas supracrustais. Todos estes tópicos serão investigados a partir das seguintes técnicas: U-Pb em zircões coletados nos remanescentes dos arcos magmáticos e em zircões detríticos coletados nas rochas sedimentares produzidas a partir da erosão destes arcos; razões isotópicas 143Nd/144Nd dos arcos magmáticos, ou razões isotópicas 176Hf/177Hf dos zircões; razões isotópicas 18O/16O também nos grão de zircão. O projeto é focado na região central do Brasil, nas Faixas Paraguai Sul e Araguaia, áreas chave para a compreensão da paleogeografia terrestre entre 750 e 500 Ma - um período de 250 milhões de anos, que abrange o aparecimento da vida multi-celular, as mais extremas mudanças climáticas do planeta e as primeiras fontes de petróleo conhecidas. (AU)