Avaliação de toxinas na interação de Phyllosticta citricarpa e laranja doce (Citrus sinensis (L.) Osb.)

Resumo

A citricultura é uma das principais atividades do agronegócio do mundo, sendo o Brasil o maior produtor de citros. Porém, esse setor enfrenta problemas de ordem fitossanitária. Dentre as doenças que acometem a cultura de citros, pode-se citar a Macha Preta dos Citros (MPC), causada pelo fungo Phyllosticta citricarpa. A MPC afeta todas as espécies de Citrus com exceção da laranja azeda e seus híbridos e limoeiros. Nas interações patógeno-hospedeiro, as plantas utilizam mecanismos estruturais ou bioquímicos para se defenderem dos patógenos, que usam substâncias químicas e proteínas para atacar o hospedeiro. Dentre esses componentes que os patógenos usam para causar a doença estão os metabólitos secundários, como por exemplo, as toxinas. A síntese de toxinas é importante para a patogenicidade de diversos fungos, sobretudo os necrotróficos, sendo consideradas como efetores desses fungos. Efetores são proteínas liberadas ou associadas a um organismo que modificam a fisiologia de outro organismo. Transportadores também são importantes para a patogenicidade, pois deslocam substâncias, auxiliando a secreção das toxinas. Com a realização do sequenciamento do genoma de P. citricarpa pelo nosso grupo de pesquisa foram identificados genes que provavelmente estão envolvidos na síntese e transporte de toxinas. Desse modo, o objetivo desse trabalho é avaliar a expressão diferencial desses genes quando interagem com citros. Espera-se que os resultados indiquem a importância das toxinas no mecanismo de patogenicidade desse fungo e no estabelecimento da doença nas plantas de citros.