B-girls e funkeiras: intersecções e identidades de mulheres no hip hop e no funk

Resumo

Nesta pesquisa, o hip hop e o funk, considerados manifestações culturais juvenis características das periferias das grandes cidades brasileiras, serão abordados sob a perspectiva dos marcadores sociais da diferença, e será analisada a inter-relação das categorias de gênero, sexualidade, classe e raça na construção de identidades de funkeiras e B-girls, mulheres representantes das respectivas expressões culturais. Em pesquisa desenvolvida anteriormente com mulheres no hip hop foi constatada a definição de significados de raça e etnicidade, articulados a categorias de gênero e sexualidade, e a negociação da fronteira identitária entre o hip hop e o funk. Com temas como o erotismo e uma suposta objetificação das mulheres no funk, a fronteira fazia-se presente no debate e na criação artística entre as B-girls. Assim, sob a noção de interseccionalidade entre as categorias que marcam socialmente a diferença, será aprofundada a análise de como estes marcadores são articulados pelas b-girls, e ampliada a observação para o modo como estas categorias são articuladas também pelas funkeiras. A partir do estudo comparado de como operam tais categorias em ambas as manifestações juvenis, o intuito é compreender como se articulam marcando diferenças e semelhanças, construindo identidades e delimitando fronteiras entre os dois grupos. (AU)