A igreja matriz de Martinópolis: estudo sobre a arquitetura religiosa do interior paulista

Resumo

Fruto da intensa religiosidade popular dos primeiros decênios do século XX, a Igreja Matriz da cidade de Martinópolis, no Oeste Paulista, oferece amplo campo de estudo a arquitetos e historiadores. Nascida junto aos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, a cidade de Martinópolis surgiu após o estabelecimento da estação José Theodoro, nome dado em homenagem ao desbravador oitocentista José Theodoro de Souza. Em razão das terras "virgens" e do transporte de mercadorias garantido pela via férrea, o local foi loteado pelo colonizador português João Gomes Martins, no início da década de 1920. A atual Igreja Matriz da cidade foi construída em 1936, e tem suas raízes na religiosidade popular que demandou a construção de um templo, no qual fosse possível a prática do culto católico de forma pública. Em razão da preservação das suas características originais, apesar das sucessivas reformas, a pesquisa procura abordar o edifício religioso como fonte e objeto, visando delinear as características histórico-arquitetônicas do prédio, em um diálogo entre a História e Arquitetura. A pesquisa justifica-se em razão da oportunidade que este edifício apresenta para o conhecimento da Arquitetura religiosa do interior do Estado de São Paulo, onde a maioria das igrejas voltadas para o culto católico surgiu no processo de formação das cidades, entre o final do século XIX e início do XX. O paralelismo entre a formação das cidades e a construção das igrejas deixou vestígios ainda visíveis nestas localidades, dado que ainda hoje as mesmas detêm importância considerável, quer no traçado da cidade, quanto no cotidiano e na memória da população. (AU)