Os nossos antepassados, de Italo Calvino, como alegoria do sujeito moderno

Resumo

O projeto de pesquisa nacional desenvolvido no curso de Mestrado em Teoria e História Literária do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) relaciona literatura e ciências humanas na análise da obra Os nossos antepassados, de Italo Calvino.Essa relação é possível porque a própria obra em si nos possibilita um universo de reflexão crítica acerca da sociedade contemporânea, a qual o autor compreende não como pós-modernidade, mas como um momento histórico do que se define como modernidade. Esta contemporaneidade se encontra em um contexto não só de destruição da natureza em nome do progresso mas também de entronizaçao da mercadoria, cujos ideais subjetivos se impõem de forma onipresente à vida cotidiana, uma entronização que é uma negação da individualidade do ser humano em prol da afirmação da lógica mercantil e de uma razão chamada pelos frankfurtianos de instrumental. O objetivo do nosso estudo é refletir sobre as personagens principais desta obra de Calvino como figurações alegóricas do sujeito moderno: de nós mesmos, contemporâneos, como herdeiros do projeto de modernidade iniciado por nossos antepassados e que vivenciamos até hoje. Para esse intento, é de fundamental importância a problematização crítica dos conceitos de modernidade italiana, desenvolvidos tanto pelos críticos da obra de Calvino como pelo próprio Calvino, bem como a problematização do conceito de sujeito moderno, sempre à luz da obra de Calvino. (AU)