Lacuna de tratamento da Epilepsia: uma nova compreensão a partir da análise da lacuna de diagnósticos

Resumo

A epilepsia tem uma prevalência de aproximadamente 1%, o que significa que há cerca de 70 milhões de pessoas no mundo - das quais 1,9 milhões são brasileiros - que enfrentam essa doença. Sabe-se que 70% desses indivíduos podem ter suas crises controladas com uma medicação fornecida pela Atenção Primária. No entanto, a "Lacuna de Tratamento" é elevada mesmo em países com medicamentos disponíveis, como, por exemplo, no Brasil. Assim, uma hipótese para a manutenção da "Lacuna de Tratamento" é existência de uma alta "Lacuna de Diagnósticos" de epilepsia dentro do sistema de saúde. O objetivo deste estudo é verificar a "Lacuna de Diagnósticos" da epilepsia na Atenção Básica no Brasil e correlacionar Índice de Desenvolvimento Humano com esta "Lacuna de Diagnósticos". Para atingir estes objetivos, calcularemos a "Lacuna de Diagnósticos" em cada estado e em cada região do país levando em conta as distintas coberturas do SUS no território nacional. Utilizaremos os dados demográficos do Censo 2010, os dados sobre a cobertura do SUS em 2010 e o número total de pacientes oficialmente registrados com epilepsia no Sistema de Informação Básica (SIAB). A "Lacuna de diagnósticos" será calculada como a diferença entre a "Prevalência estimada" de epilepsia na população sob determinado tipo de cobertura SUS e o número total de pessoas com epilepsia oficialmente registradas na Atenção Primária, dividida pela "Prevalência estimada" de epilepsia na população da cobertura específica analisada. Em seguida, as "Lacunas de Diagnóstico" obtidas separadamente em cada estado e região serão comparadas com seus respectivos IDHM.