Uma abordagem genética para simular a persistência de populações de espécies arbóreas reintroduzidas em plantios de restauração de florestas tropicais

Resumo

Um número crescente de projetos de restauração e ações de manejo vêm sendo desenvolvidos com intuito de conservar e recuperar florestas. Recentemente, alguns desses projetos têm incluído um esforço de introduzir nessas áreas uma alta diversidade de espécies, assim como alta diversidade genética intraespecífica. Entretanto, existe uma falta de conhecimento a respeito dos efeitos da diversidade genética para eficácia dos projetos. Além disso, não é viável fazer experimentos para testar os efeitos de diferentes métodos, pois isso demanda tempo, tem custo elevado e é difícil controlar as variáveis ambientais. Assim, o uso de simulações computacionais e modelagem podem ajudar a preencher essa lacuna de conhecimento. Este projeto tem como objetivo simular a persistência de populações de uma espécie arbórea em plantios de áreas de restauração de florestas tropicais, utilizando uma abordagem genética. Vamos desenvolver um modelo baseado em indivíduo para simular populações de Centrolobium tomentosum em áreas de restauração. Este modelo permitirá estimar o número mínimo de matrizes a partir das quais é necessário recolher sementes para restaurar as áreas; estimar a diversidade genética inicial mínima necessária para manutenção da população a longo prazo; e entender como a distribuição espacial dos indivíduos afeta o sucesso de um projeto de restauração. Vamos escrever os scripts para o programa de simulação em R. Os dados para a construção do modelo serão obtidos a partir de uma área restaurada em torno do Reservatório de água do município de Iracemápolis (23 anos de idade) e vamos validar o programa usando os dados de outra área em processo de restauração ao longo do rio Jaguari(55 anos). Este modelo vai ajudar a melhorar projetos de restauração e de manejo, reduzindo o custo dos projetos. Além disso, estudos de simulação associados com dados de campo podem apoiar as discussões sobre leis e políticas públicas para a restauração florestal, uma vez que podem determinar limitações importantes na persistência de populações reintroduzidas. Assim, podendo indicar alterações necessárias nas práticas realizadas para o cumprimento da lei ou com financiamentos públicos. (AU)