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Aprendendo a conviver: etnografia da pós-violência no País Basco. Uma leitura comparada com a África do Sul

Processo: 13/21800-5
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Vigência (Início): 01 de maio de 2014
Vigência (Término): 21 de abril de 2018
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia
Pesquisador responsável:Omar Ribeiro Thomaz
Beneficiário:Adriana Maria Villalón
Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Bolsa(s) vinculada(s):16/22643-9 - Da transformação do presente em passado: gramáticas dos processos de gerenciamento das violências na intimidade local de África do Sul, BE.EP.PD   16/22641-6 - Da construção e inculpação de convivência: gramáticas dos processos de gerenciamento da (pós) violência na intimidade local basca, BE.EP.PD
Assunto(s):País Basco
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:África do Sul pós-apartheid | Comissões de verdade e reconciliação | Diferenças e Identidades | nacionalismos | País Basco | Violência e elaboração do conflito | Antropologia da pôs violência e da construção dos processos de pacificação nacional

Resumo

Neste projeto de pós-doutorado, proponho fazer uma análise etnográfica e comparativa da construção do cenário atual de pós-conflito na Espanha, no contexto do País Basco, no qual narrativas de convivência e reconciliação têm marcado diversas ações institucionais e civis. Trata-se de uma etnografia em cenários concretos que expressam de que modo esta sociedade começa a ordenar sua intimidade e imagem externa, após a finalização dos enfrentamentos violentos ocorridos nos últimos 60 anos (procedentes da organização ETA, do Estado e de ações para-policiais). O objetivo geral é compreender os significados sociais da construção da pacificação, esboçando a sociogênese de sua elaboração local e sua inscrição em processos mais amplos em nível internacional. Trata-se de uma análise etnográfica do conjunto de procedimentos (jurídicos, sociais, educativos) que se desenvolvem no pós-conflito e de seus desdobramentos, numa leitura comparada com África do Sul.Com base nisto, a pesquisa analisará, no País Basco, a estruturação de práticas dirigidas a realizar a reconciliação e a convivência encarnadas em ações educativas para jovens e adultos; a produção jurídica vinculada ao pós-conflito; os processos e definições a partir dos quais vão sendo gerados, progressivamente, categorias, reconhecimentos e estatutos diferenciais de vítimas ou afetados. Além disso, serão estudadas as trajetórias e a profissionalização dos especialistas que geram as diversas narrativas e categorizações. Na África do Sul, serão investigadas as implicações atuais das práticas de reparação e reconciliação que vêm sendo realizadas desde os anos 1990, em cenários concretos, e as condições de circulação de seus especialistas.Algumas das questões que norteiam a análise são as seguintes: De que modo se reeduca e sensibiliza uma sociedade? Que interpelações são feitas ao discurso jurídico das vítimas e ao discurso da convivência via educação? Qual é o sentido adquirido por categorias importadas no campo social, cultural e político? De que modo se abordou na sociedade sul-africana - com violências acumuladas e longos silêncios - o fato de se tornar inteligível o ocorrido? De que modo se acomodam modelos surgidos em outros contextos nacionais na África do Sul e no País Basco? Como são instituídas as vítimas e seu papel educador?Este projeto tem como antecedente a pesquisa apresentada em minha tese de doutorado sobre "A construção de fronteiras sociais e territoriais relacionadas à institucionalização e construção da basquidade, no campo do nacionalismo basco". O enfoque dirigiu-se ao estudo de instituições de ensino da língua basca, euskera; de trajetórias de especialistas (funcionários, intelectuais, políticos, militantes&) que formulam e implementam políticas, categorias, projetos (linguísticos, territoriais e identitários); e da população civil que é sujeito e objeto destas práticas; além da análise dos processos de readequação de limites e concepções identitárias vinculados à chegada da imigração extra-comunitária no século XX. Os temas tratados evocam o trabalho incessante de produção e inversão em delimitar a basquidade por meio de diversas entradas. Sobre todo este contexto assenta-se a elaboração do processo de paz basco.

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