Isolamento e caracterização de células tronco derivadas do tecido ovariano de cães adultos

Resumo

O estudo de células tronco em cães corrobora com o progresso das terapias celulares, veterinárias e humanas, uma vez que a espécie canina é um modelo de estudo para desenvolvimento de doenças humanas, hereditárias e adquiridas. Devido à sua capacidade de autorrenovação e de diferenciação em diversos tipos celulares, as células tronco (CT) são consideradas a próxima fronteira para a medicina regenerativa. Enquanto as CT embrionárias possuem potencial ilimitado de diferenciação (i.e. pluripotentes), as CT multipotentes derivadas de tecido são geralmente as mais utilizadas, sobretudo pela facilidade de obtenção do próprio animal (autólogas) e por não envolverem questões éticas, as quais limitam o uso das células tronco embrionárias. A medula óssea foi a primeira e a mais estudada fonte de CT em animais adultos, entretanto as células isoladas do tecido adiposo mostraram ter diversas vantagens em relação às da medula óssea, incluindo o isolamento mais fácil e maior densidade de células do estroma. A identificação de novas fontes de CT é imprescindível para o progresso científico e da terapia celular. Durante anos, postulava-se que as células germinais femininas não eram passíveis de renovação após o nascimento, porém estudos recentes e promissores, em camundongos e humanos, demonstraram a existência de CT nesse órgão, que possuem maior potencial proliferativo e de diferenciação que as provenientes de outros tecidos de animais adultos. Com base nessas evidências, este projeto propõe a obtenção de células tronco isoladas a partir do tecido ovariano de cães adultos. Para tanto, foram delineados dois experimentos, no experimento I, será estudado o isolamento das células derivadas do tecido ovariano e adiposo digerido em colagenase, para então avaliar-se o número de células viáveis, morfologia da colônia, tempo de duplicação da população, tolerância à criopreservação, senescência e estabilidade citogenética. O experimento II possui o objetivo de realizar a caracterização molecular das células obtidas no experimento I, será avaliada a atividade da enzima fosfatase alcalina, o padrão de expressão dos marcadores de células tronco mesenquimais, através de imunoflourescência, citometria de fluxo e RT-PCR e diferenciação em tecido adiposo, ósseo e cartilaginoso. Contudo, espera-se identificar uma nova fonte de células tronco provenientes de tecido ovariano adulto, com potencial futuro para uma gama de aplicações clínicas. (AU)