Avaliação da diversidade morfológica e genômica de diferentes populações de espécies de Brevipalpus (Acari: Tenuipalpidae) transmissores de vírus e de suas competências como vetor

Resumo

Brevipalpus é um gênero de ácaros pertencentes à família Tenuipalpidae (Acari: Prostigmata), que são comumente encontrados nas regiões tropical e subtropical em todo o mundo. O gênero inclui mais de 280 espécies, e apresenta importância econômica porque causam danos a diversas culturas como pragas e, também por que algumas espécies transmitem vírus de plantas. B. californicus Banks, B. obovatus Donnadieu e B. phoenicis (Geijskes) são as espécies atualmente conhecidas como vetoras de vírus. As espécies de Brevipalpus são morfologicamente similares e, algumas delas, têm sido erroneamente identificadas. Dentre as doenças transmitidas por esses ácaros encontra-se a leprose dos citros que é considerada uma das doenças mais destrutivas da indústria citrícola. A leprose é considerada uma das importantes viroses de citros. No Estado de São Paulo, maior produtor mundial de suco de laranja, gastam-se cerca de US$ 80 milhões/ano com acaricidas, para o controle do ácaro vetor Brevipalpus phoenicis. O presente projeto tem como objetivo geral gerar subsídios para rápida e acurada identificação de espécies de Brevipalpus, contribuir para a sistemática do grupo e relacioná-la à transmissão de vírus, principalmente o da leprose dos citros tipo citoplasmático (CiLV-C). Espera-se assim contribuir para melhor entendimento da epidemiologia do vírus e manejo. O objetivo deste projeto é contribuir para esclarecer algumas destas pendências, continuando com o projeto iniciado no mestrado (TASSI, 2014), combinando técnicas morfológicas (microscopia de luz e eletrônica [varredura e transmissão]), e moleculares (marcadores dos ácaros e sua mitocôndria e do simbionte Cardinium). A ideia básica é analisar em detalhe características morfológicas externas e internas de diferentes populações de B. phoenicis e de outros Brevipalpus para encontrar características, além das setas laterodorsais e solenídion no tarso da perna dois, que possam auxiliar na discriminação das espécies, como a espermateca e padrões de reticulação do dorso e ventre, e também sempre que possível, usando marcadores moleculares (GROOT, 2006; NAVIA et al., 2013). Paralelamente, sempre que viável, avaliar a eficiência na transmissão do CiLV-C e outros VTB. Realizar estudos ultraestruturais de diferentes tipos morfológicos de espermateca e da movimentação do vírus da leprose dos citros pelo corpo do ácaro vetor. (AU)