O projeto do livro do desassossego e o romantismo alemão: a questão do fragmento
A estética do fragmentário e a crise da representação: do primeiro romantismo alem...
Processo: | 13/05665-0 |
Modalidade de apoio: | Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado |
Vigência (Início): | 01 de novembro de 2013 |
Vigência (Término): | 31 de outubro de 2017 |
Área do conhecimento: | Ciências Humanas - Filosofia |
Pesquisador responsável: | Márcio Suzuki |
Beneficiário: | Cláudia Franco Souza |
Instituição Sede: | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil |
Bolsa(s) vinculada(s): | 15/16698-2 - O projeto do livro do desassossego e o romantismo alemão: a questão do fragmento, BE.EP.PD |
Assunto(s): | Estética (filosofia) Romantismo |
Palavra(s)-Chave do Pesquisador: | estética | Fernando Pessoa | noção de gênio | Novalis | Romantismo Alemão | Schlegel | Estética |
Resumo O desenvolvimento desta pesquisa de pós-doutorado pretende ressaltar e aprofundar os pontos de contato entre a prosa de Fernando Pessoa e a filosofia dos primeiros românticos, F. Schlegel e Novalis. O primeiro ponto que nos permite estabelecer essa ligação é o fato de Fernando Pessoa ter sido leitor do romantismo alemão, sobretudo de Novalis, como pudemos constatar após uma investigação em sua biblioteca particular. Na famosa arca pessoana, onde foram encontrados mais de vinte e sete mil documentos deixados pelo autor português, estava o projeto do Livro do Desassossego. Este projeto, publicado hoje em diversas línguas e de diversas maneiras, funciona para o pesquisador como uma espécie de puzzle, isto porque o livro é construído a partir da seleção de fragmentos. Este projeto de pós-doutorado tem como um dos seus objetivos relacionar os fragmentos do Livro do Desassossego, enquanto estrutura e conteúdo, com o romantismo alemão. O fragmento é o gênero romântico por excelência, e para além disto, tanto F. Schlegel quanto Novalis discutiram sobre essa questão principalmente a partir da dialética existente entre totalidade e fragmento. O fragmento assinala uma potência orgânica que aponta para o infinito, pois o que está em jogo não é o acabamento de um texto, e no caso pessoano, de um livro, mas as infinitas formas de organização que a sua organicidade fragmentária permitem. Pessoa até os seus últimos dias de vida não parou de criar, elaborar sua arte através de fragmentos e esse aspecto também se relaciona com a idéia romântica de filosofia. Filosofia como uma cadeia de textos, como o funcionamento dinâmico do pensamento. Neste projeto pretendemos aproximar a noção de filosofia exposta por Novalis e F. Schlegel com a tessitura da literatura pessoana. Em alguns documentos do espólio pessoano, o Livro do Desassossego e O Marinheiro (uma peça do Teatro estático escrito por Pessoa e publicado na revista Orpheu em Março de 1915) dividem uma mesma folha de papel. Este projeto de pós-doutorado visa também analisar detalhadamente essa peça de teatro, que se encontra mergulhada numa atmosfera de sonho e fantasia, a partir das reflexões deixadas por F. Schlegel e Novalis sobre sonho e realidade. Outro aspecto que nos possibilita aproximar a prosa pessoana dos primeiros românticos é a reflexão que Pessoa teceu, seja nas Páginas de Estética, seja no Livro do Desassossego, seja na sua obra Fausto, sobre Goethe. A exaltação da poesia de Goethe e da figura deste artista da língua alemã, considerado como gênio, está presente tanto nos escritos de Pessoa quanto nos fragmentos de F. Schlegel e Novalis.Utilizaremos também a noção de gênio romântico para analisarmos o desdobramento pessoano. A maioria dos estudiosos conhece os três principais heterônimos de Pessoa: Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Essa pesquisa iluminará outros eus pessoanos, como Vicente Guedes, Bernardo Soares e Barão de Teive. Personalidades literárias que assinaram textos e desempenham um importante papel neste laboratório que é o espólio pessoano. Fernando Pessoa se desdobrou em mais de setenta personalidades literárias, esse fato encontra-se em consonância com a noção de gênio desenvolvida por F. Schlegel e Novalis, gênio como aquele que abriga uma comunidade interior dentro de si. (AU) | |
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