Tão perto e tão longe: a presença dos imigrantes na cidade de São Paulo

Resumo

Desde o século XIX, o Brasil conta com a entrada contínua de indivíduos e grupos de diferentes nacionalidades que trazem consigo novos valores, novas práticas, novas línguas e novas vivências. Pode-se pensar como essa "novidade" é encarada pela identidade, ou seja, pelos que nasceram no país e, principalmente, por quem nasceu e/ou vive em uma metrópole como São Paulo. O objetivo deste projeto é o de observar, experimentar e entender como vivem bolivianos e coreanos que se estabeleceram em São Paulo, suas interações inteligíveis e sensíveis com suas comunidades, com outros imigrantes e com os brasileiros, tanto em sua rotina diária do trabalho como em seus momentos de descanso, de lazer e de práticas culturais que remetem, por vezes, aos seus sentidos de origem e às tradições (religiosas, culturais, linguísticas) realizados e produzidos em um espaço que não lhes pertence por completo, mas do qual eles inevitavelmente fazem parte. Para isso, realizar-se-á pesquisas de campo nos bairros cuja presença de imigrantes é conhecida com o intuito de se ter um contato mais próximo da "realidade" dos imigrantes que vivem e sofrem em São Paulo. A teoria utilizada será a semiótica de linha francesa, desenvolvida por Greimas e colaboradores. Outras propostas teóricas, como as de Landowski e de Floch, serão também mobilizadas para se compreender melhor os modos de presença do imigrante na cidade de São Paulo. Como resultados possíveis, este projeto pode contribuir para a discussão de políticas públicas voltadas para melhorias nas condições de vida das comunidades imigrantes presentes na cidade de São Paulo e nas demais cidades brasileiras.