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As estratégias do autor: um estudo sobre as tendências da produção musical independente em Londres

Processo: 13/14047-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Vigência (Início): 16 de outubro de 2013
Vigência (Término): 15 de fevereiro de 2014
Área do conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Comunicação
Pesquisador responsável:Eduardo Vicente
Beneficiário:Eduardo Vicente
Pesquisador Anfitrião: Andrew Dubber
Instituição Sede: Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Local de pesquisa: Birmingham City University, Inglaterra  
Assunto(s):Indústria fonográfica   Música popular
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Indústria Fonográfica | Música Independente | música popular | produção musical independente | Indústria fonográfica

Resumo

Este projeto tem como objetivo identificar as estratégias de atuação que têm sido empregadas por artistas musicais e gravadoras independentes de Londres (Inglaterra). A intenção é conhecer o cenário musical independente de Londres para, num momento posterior, estabelecer um comparativo entre ele e o cenário que se verifica em São Paulo (Brasil). A intenção principal, portanto, é a de entender quais os pontos de convergência e distinção entre as estratégias dos artistas londrinos e paulistanos e como elas expressam as distintas formas pelas quais o mercado musical independente pode estar se configurando nessas duas cidades. O foco do trabalho recairá sobre as quatro mais importantes vertentes do cenário musical independente da cidade de São Paulo - rock alternativo, MPB, música instrumental e black music (especialmente o "samba rock", o reggae e o hip hop) - e seus equivalentes britânicos que são, em princípio, o rock, o folk, o jazz e a black music inglesa. A pesquisa sobre o cenário de São Paulo tem sido objeto de algumas de minhas publicações recentes, incluídos na bibliografia desse projeto, e deverá ser aprofundada em futuros trabalhos, especialmente em um projeto envolvendo pesquisadores da ECA/USP e da Birmingham City University (BCU) que está sendo organizado por mim e pelo Prof. Andrew Dubber. Este projeto deverá ser submetido à Fapesp em 2014, dentro do seu acordo de cooperação com os Conselhos de Pesquisa do Reino Unido. O Prof. Dubber será também o responsável pela supervisão de minhas atividades na BCU durante este pós-doutorado. Além do objetivo apresentado acima, entendo que esse projeto de pós-doutorado deverá me possibilitar um maior contato com pesquisadores da BCU, uma das mais importantes referências mundiais na área de estudos da indústria musical, bem como minha atualização em relação à bibliografia produzida no Reino Unido sobre esse tema. A hipótese inicial da pesquisa é a de que, no mercado musical independente de Londres, ainda se mantém um dinâmica entre grandes gravadoras e produtores independentes onde novos artistas fazem suas primeiras experiências de divulgação de seus trabalhos na internet, posteriormente são contratados por pequenas gravadoras e, em alguns casos, podem chegar às grandes empresas do setor e, portanto, ao mainstream musical, tendo os seus trabalhos divulgados mundialmente. Essa dinâmica do mercado seguiria um padrão de "sistema aberto" muito próximo ao que descrevi em minha tese de doutorado quando analisava o mercado brasileiro da década de 1990 (Vicente, 2002) e demonstrava sua maior adequação em relação às tendências mundiais do setor. No Brasil, ao contrário, minha percepção é de que o financiamento público (direto ou indireto) pode estar se configurando como a única possibilidade de atuação para muitos dos artistas dos segmentos aqui mencionados, já que o mercado musical brasileiro mostra-se bastante concentrado em torno de uns poucos segmentos massivos - especialmente, no caso de São Paulo, o sertanejo, o pagode e o funk - existindo poucos espaços para o acesso desses artistas ao mercado ampliado. Assim, a partir de pesquisas já realizadas, entendo que essa música independente de São Paulo está vinculada muito mais à atuação de artistas individuais e de coletivos de artistas do que propriamente a gravadoras independentes, que seu circuito de exibição é formado principalmente por centros culturais, bibliotecas e auditórios mantidos por fundações culturais privadas, e que seus artistas obtém o financiamento para as gravações de seus CDs e produção de seus shows principalmente através de editais promovidos pelo governo, por empresas públicas ou por fundações de incentivo à cultura. Desse modo, talvez o mercado musical brasileiro esteja se distanciando, nesse momento, das estratégias dominantes no cenário internacional, revertendo um processo de globalização que, como tento demonstrar em minha tese de doutorado, desenvolveu ao longo de toda a década de 1990. (AU)

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