Os nossos antepassados, de Italo Calvino, como alegoria do sujeito moderno

Resumo

Italo Calvino, em sua obra Os nossos antepassados, convida-nos a uma reflexão crítica acerca da sociedade contemporânea, a qual ele compreende não como pós-modernidade, mas como um episódio do que se define como modernidade. Esta contemporaneidade encontra-se em um contexto de violência, de destruição da natureza em nome do progresso, de consumismo exacerbado para sustentar a economia, de relações sociais mediadas e definidas pela mercadoria - e os ideais subjetivos que ela impõe são os de negação do humano em prol da afirmação da lógica mercantil e de uma razão chamada pelos frankfurtianos de instrumental. O objetivo do nosso estudo é refletir sobre os personagens principais desta obra de Calvino como figurações alegóricas do sujeito moderno: de nós mesmos, contemporâneos, como herdeiros do projeto de modernidade iniciado por nossos antepassados e que vivenciamos até hoje. Paralelamente, procederemos a uma discussão sobre os conceitos de modernidade e de sujeito moderno, sempre à luz da obra de Calvino.