Diferenças geoquímicas entre morfotipos de foraminíferos planctônicos da margem continental brasileira

Resumo

Recentemente, muitos estudos moleculares em foraminíferos planctônicos tem demonstrado que as morfoespécies reconhecidas atualmente são na verdade compostas de duas ou mais espécies, espécies crípticas. Estes estudos tem sido realizados em organismos atuais coletados na coluna d'água com presença de material biológico para a realização de tais estudos moleculares. No entanto, em amostras de sedimento, apenas a carapaça dos organismos encontra-se preservada, não havendo possibilidade de realização de estudos moleculares afim de analisar as espécies realmente presentes no sedimento. Neste caso, uma alternativa é analisar os indivíduos em relação à sua ecologia. Apesar de nem sempre espécies apresentarem preferências ecológicas distintas, a maior parte dos estudos paleoceanográficos se apóia nas diferenças ecológicas entre as espécies. Portanto, para as interpretações paleoceanográficas é muito importante identificar no sedimento organismos morfologicamente distinguíveis uns dos outros e com ecologia distinta. Para tanto, uma das alternativas possíveis é analisar a geoquímica das testas calcárias dos foraminíferos planctônicos. O presente estudo propõe a análise dos isótopos estáveis de oxigênio e carbono (d18O e d13C) em carapaças individuais de morfotipos de grupos morfológicos de foraminíferos planctônicos identificados morfometricamente. Serão utilizados foraminíferos planctônicos de core tops e box core da margem continental brasileira afim de realizar uma análise latitudinal e um testemunho da Bacia de Campos para realizar uma análise temporal da ecologia dos foraminíferos planctônicos da região. (AU)