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Territórios, multiterritorialidades e memórias dos povos Guarani e Kaiowá: diferenças geográficas e as lutas pela Des-colonialização na reserva indígena e nos acampamentos-tekoha - Dourados/MS

Processo: 12/08736-3
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Vigência (Início): 01 de outubro de 2012
Vigência (Término): 31 de julho de 2015
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Geografia - Geografia Humana
Pesquisador responsável:Clifford Andrew Welch
Beneficiário:Juliana Grasiéli Bueno Mota
Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente , SP, Brasil
Bolsa(s) vinculada(s):14/20473-3 - Estudos sobre descolonização e movimentos indígenas no México, BE.EP.DR
Assunto(s):Guarani   Guarani Kaiowá   Território   Geografia agrária   Reservas indígenas   Identidade étnica   Memória coletiva
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Diferença geográfica | Guarani e Kaiowa | Identidade | memória | Tekoha e tekoha guasu | território | Geografia agrária

Resumo

Esta tese teve como objetivo central compreender e demonstrar as diferenças geográficas entre a Reserva Indígena de Dourados e acampamentos-tekoha, no município de Dourados/Mato Grosso do Sul. Através da abordagem conceitual de território, dialogamos com as categorias nativas dos povos Guarani e Kaiowá - tekoha e tekoha guasu - que denotam o antes e o depois do (des)encontro com os karaí - os "brancos". Para isso, analisamos o impacto do colonialismo nas relações interétnicas tanto dentro da Reserva, criada pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), cuja política indigenista era pautada em civilizar os índios, quanto fora dela, nos acampamentos-tekoha Apika´y, Pacurity, Ñu Porã, Ñu Verã e Boqueron, os quais se constituíram por meio das lutas pela descolonização que se efetivam nas estratégias para a retomada de seus territórios étnicos ancestrais, lutas que exprimem a rebeldia desses povos à condição de Reserva. Defendemos que as diferenças geográficas entre esses territórios não surgem apenas pelas feições materiais do espaço geográfico, mas, sobretudo, pelas diferenças sempre complexas presentes nos processos des-reterritorialização - a multiterritorialidade -, de construção e destruição de territórios, nas conexões e desconexões que perpassam as tramas étnico-identitárias, as narrativas, as memórias, as estratégias cotidianas de resistências. Em síntese, na Reserva as práticas socioespaciais são decorrentes, preponderantemente, do conjunto de ações impostas pelo Estado brasileiro por meio de seus projetos colonialistas, sobretudo, a partir das décadas finais do século XIX. Os acampamentos-tekoha, no entanto, apresentam a tentativa de reconstrução e afirmação étnico-identitárias e das multiterritorialidades impactadas pelo projeto civilizatório do Estado. Dessa forma, nesses territórios há a incessante busca pelo reavivamento do modo de vida dos antigos - tekoyma - confrontando-se com os novos modos de viver - tekopyahu, que é expresso pela territorialização precária nas Reservas Indígenas criadas pelo SPI. O diálogo com os povos Guarani e Kaiowá foi possível a partir de duas metodologias que realizamos em trabalhos de campo, a observação participante e entrevistas em profundidade, resultantes de nosso constante contato e das reflexões e inquietações sobre a importância do trabalho de campo na Geografia, pensado a partir da sua interface com a Antropologia, principalmente. Afirmamos que todo o esforço que empreendemos para compreender um pouco mais sobre a realidade desses povos percorreu o desafio de repensar e imaginar não somente os povos indígenas na sociedade brasileira, mas contribuir para as múltiplas formas de imaginar o espaço na Geografia, que nesta tese o imaginamos a partir das cosmogeografias Guarani e Kaiowá. (AU)

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
MOTA, Juliana Grasiéli Bueno. Territórios, multiterritorialidades e memórias dos povos Guarani e Kaiowá: diferenças geográficas e as lutas pela Des-colonização na Reserva Indígena e nos acampamentos-tekoha - Dourados/MS. 2015. Tese de Doutorado - Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente Presidente Prudente.

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