Clínica da urgência e a unidade de pronto socorro: a Psicologia sob orientação da Psicanálise

Resumo

Na prática da Psicanálise no âmbito das instituições públicas de assistência, por meio de laços sociais múltiplos, o psicanalista se defronta com outros discursos que sustentam diferentes práticas no Campo da Saúde Mental. A Clínica da Urgência se caracteriza em atender de maneira imediata, na Unidade de Pronto Socorro (PS), pacientes em risco iminente de vida. O PS é uma das portas de entrada ao ambiente hospitalar; inicialmente com o destino de diagnóstico e tratamento de pacientes acidentados ou acometidos de mal súbito, esse espaço passou a absorver todos os problemas físicos e sociais, tornando-se a principal porta de acesso aos serviços. A maneira pela qual a demanda dos usuários se apresenta pode ser compreendida como a expressão das necessidades destes organizadas a partir da oferta de serviços. De grande relevância é a exiguidade do plantão psicológico orientado pela abordagem psicanalítica, com a proposta de oferecer ao indivíduo a possibilidade de ser acolhido e ouvido por meio de uma escuta analítica, de modo que assim, o sujeito, vivenciando o sofrimento, seja de ordem psíquica ou física, possa encontrar significações, implicando-o numa vivência subjetiva acerca dos impasses que está vivenciando, no mesmo momento em que é acolhido pela equipe médica. Esta prática visa também dar algum suporte aos profissionais que trabalham no PS, na medida em que eles o solicitem. Pretende-se dar prosseguimento a uma prática iniciada no ano anterior, baseada na Clínica da Urgência, dentro de uma unidade de Pronto Socorro do Hospital Geral, ampliando, assim, a "clínica em intensão" preconizada pela Psicanálise de Jacques Lacan. Estruturando melhor sua ação, registro e construção crítica, este projeto tentará mostrar a pertinência da presença do psicólogo precavido pela psicanálise no Pronto Socorro como política pública do SUS.(AU)