Avaliação do estresse por calor sobre o desenvolvimento da enterite necrótica por Clostridium perfringens em frangos de corte

Resumo

A carne de aves de corte tem se destacado nos últimos anos na alimentação humana por sua qualidade protéica e preço acessível. O setor avícola apresenta o maior crescimento em volume produzido dentre todos os outros setores cárneos no Brasil. Sendo assim, a avicultura ganha cada vez mais importância na pesquisa aplicada nos grandes centros de pesquisa. Por essa grande participação na alimentação humana e pensando nos risco a saúde pública, recentemente a União Européia (UE) proibiu a utilização de aditivos antimicrobianos de forma profilática na ração de animais. Com isso e aliado ao sistema de criação intensivo na avicultura, doenças até então controladas se tornaram reemergentes, sendo uma das principais doenças reemergentes nas granjas da UE e de grande preocupação no Brasil a enterite necrótica aviária (EN). EN é uma doença que acomete aves de produção de 2 a 6 semanas de vida, seu agente etiológico primário é Clostridium perfringens, uma bactéria gram positiva, toxigênica, formadora de esporos e de crescimento anaeróbico. Estima-se que a perda mundial em decorrência da enterite necrótica subclínica supere U$ 2 bilhões. Estudos demonstram que o estresse possui participação no desenvolvimento da EN, mas pouco é conhecido sobre o que modula tal desenvolvimento. Considerando-se o Brasil um país subtropical, defende-se a premissa de que estudos enfocando aspectos das relações neuroimunes em frangos de corte submetidos a um estresse térmico por calor sejam importantes para o direcionamento de bases racionais para a reversão de eventuais alterações desencadeadas pelo calor, em especial na mucosa intestinal dos animais. Dentre estas, ganha especial atenção a EN, uma vez que o estresse por calor possivelmente desencadeie o aparecimento da doença.