Debates de teatro e política no período 1961-1974: estudo dos textos teóricos de Oduvaldo Vianna Filho, Augusto Boal e Zé Celso

Resumo

O presente trabalho se propõe a mapear criticamente a teoria do teatro no Brasil produzida no período entre 1961 e 1974, sobretudo aquela marcada pela proximidade com a prática da cena e interessada nas relações entre arte e política. Desde a ruptura de Oduvaldo Vianna Filho com o Teatro de Arena, para a criação do CPC da UNE (Centro popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes) no Rio de Janeiro, até as novas poéticas teorizadas e praticadas após o golpe militar de 1964, como o "Sistema Coringa" e o "Teatro do Oprimido" de Augusto Boal e o teatro antropofágico e tropicalista de José Celso Martinez Corrêa no Teatro Oficina. As balizas temporais do estudo se referem de um lado à fundação do CPC em 1961 e de outro à publicação da obra de Boal, exílio de Zé Celso e morte de Vianinha, em 1974. A pesquisa pretende estudar questões estético-políticas em seu contexto produtivo no intuito de compreender o sentido dos diversos debates da época, alguns deles travados com pensadores como Anatol Rosenfeld. Os escritos teóricos de natureza poética de três dos principais artistas dos anos 1960 servem de base a uma pesquisa cujo objetivo central é discutir o sentido de discursos sobre a arte que lidaram, de modo diverso, com a questão do engajamento. A pretensão substancial do trabalho, portanto, é analisar a história de distintos caminhos da teoria do teatro no Brasil em sua relação com a prática. (AU)